Homens e Mulheres – iguais na criação, diferentes na função.
Sem pretender
agravar ou acumular volumes nas discussões sobre feminismo e machismo,
patriarcado ou matriarcado, quero ater-me circunstancialmente ao tema
específico das diferenças funcionais entre os homens e as mulheres, sem,
contudo, deixar de expor que creio firmemente na igualdade criacional de ambos,
ou seja, o homem e a mulher foram feitos do mesmo material, igualmente criados
por Deus (falo na perspectiva teológica) como interdependentes e com o mesmo
grau de importância ante o mundo criado. Sem os dois não haveria humanidade,
família ou sociedade.
No âmbito
natural é clara e óbvia as diferenças inquestionáveis entre os dois. Da mesma
maneira que em um homem não se pode colocar um útero, um óvulo ou desenvolver
uma gestação, tampouco se cria leite materno em seu peito, isso é função
natural da mulher e ninguém inteligente ousaria por em xeque essas observações
tão básicas. Ao mesmo tempo a mulher não nasce com órgão genital de homem
(somente os raros casos de hermafroditismo, sendo uma falha genética corrigida
posteriormente), seus genes são diferentes e seu cérebro processa a linguagem e
a emoção de forma diferenciada do homem.
Também podemos
com elevado índice de certeza afirmar que o ambiente em que vivemos, a cultura
na qual estamos inseridos e as relações entre os indivíduos contribuem
significativamente para patentear as diferenças entre os homens e as mulheres.
Dependendo do país ou da região, a cultura vai formar os papéis, as funções e
regular as relações entre os dois sexos. Portanto, ao levar em consideração a
força do ambiente sociocultural, somado às heranças genéticas de diferenciação,
é fácil perceber que essas diferenças estão bem definidas e claramente expostas
em qualquer sociedade no planeta, independente da época que analisemos.
No contexto
teológico, histórico e espiritual das narrativas bíblicas é possível ver, mesmo
em épocas onde as mulheres não possuíam certos direitos sociais, que elas
aparecem e têm participações importantes na história do povo de Deus e mesmo
nas nações, como nos casos de Débora e Ester, que vão além das funções
maternais e do lar que era esperado naquelas sociedades. As mulheres da Bíblia
são essenciais para a história que ela se propõe a narrar de Gênesis a
Apocalipse. As mulheres são vitais para que o cumprimento dos planos de Deus se
realize no mundo, na nação e na vida dos homens.
Aqui podemos
chegar à proposta do título deste artigo: iguais, mas diferentes. Os homens são
iguais às mulheres no que diz respeito à criação (ambos foram diretamente
formados por Deus), no que tange à responsabilidade mútua de dominar sobre o
planeta e sobre os animais, no cuidado com a família (casamento e filhos), na
inteligência com a qual podem desenvolver suas profissões e carreiras, na
ocupação corporativa, onde ambos podem estar ou ascender a qualquer posto no
ambiente de trabalho, são iguais no devido respeito às dignidades essenciais de
seres humanos que qualquer um é merecedor e são iguais nos direitos
constitucionais nos países livres.
Todavia, as
mulheres não são iguais aos homens em dois aspectos teológicos principais (pois
os aspectos naturais já foram contemplados): no governo e na autoridade.
Preciso explicar isso. Como governo estou me referindo ao investimento oficial
ou comissionamento autorizado para governar legitimamente uma nação ou um povo.
Teologicamente nas Escrituras é impossível verificar que uma mulher foi
investida de governo ou autorizada a exercer a função de sacerdote ou de
dirigente de uma nação. É a esse respeito que falo. Mesmo que em países
democráticos uma mulher possa assumir a posição de chefe de Estado, isso não
deveria ser uma posição ocupada por ela, independente do que alguns possam
pensar (para que não se assustem comigo, votei na Marina nas últimas eleições
presidenciais).
No quesito
autoridade também devo me explicar. A autoridade à qual me refiro é aquela que
indica a posição de “cabeça” do lar e de ocupar uma posição espiritual acima do
homem. De novo, teologicamente nas Escrituras, não cabe à mulher o papel de ser
a pessoa que governa o homem no lar ou que na instituição religiosa esteja
acima do homem. Não é dado à mulher esse particular privilégio. Quero fazer
ressalva à palavra submissão, pois esta não é compreendida por muitos, mesmo no
ambiente religioso. Submissão não se trata de escravidão à vontade do outro, nem
somente de seu aspecto de estar debaixo das leis ou da autoridade de outrem.
Mesmo que
estes sejam os aspectos mais conhecidos e disseminados nos dicionários e em
conceito, não se pode esquecer que há outra nuance na submissão que compreende
o ato consciente e voluntário de ceder espaço ao outro. Digo isso porque não
podemos ser simplórios ao imaginar que toda e qualquer pessoa que se submete à
outra o faz por medo ou por ato de subserviência obrigatória. Isto é particularmente
importante no ambiente religioso saudável. Muitas das pessoas que participam da
membresia das igrejas cristãs no mundo são pessoas inteligentes, estudantes,
formadas, muitas são empresárias ou empreendedoras, executivos, profissionais
liberais, professores de todos os níveis, comerciantes, engenheiros,
cientistas, artistas, militares e etc. É impossível enganar um contingente tão
grande de pensadores ou de críticos e mantê-los sob o jugo da “submissão” sem
que essas pessoas se “rebelem” contra um sistema arbitrário e opressor. Nestes
casos está em operação a última definição de submissão: eles cedem
conscientemente espaço para serem guiados pelas autoridades que eles mesmos
escolheram sobre si.
Retornando às
mulheres, acredito firmemente que elas têm mais vantagens naturais que os
homens em diversos aspectos, mas isso não justifica que elas se julguem
superiores ou melhores e nem que tomem as posições de governo e autoridade
destinadas aos homens. Sei que em muitos casos isto acontece porque nas últimas
décadas os homens deixaram de cumprir o seu papel de liderança do lar e da
sociedade, mas paralelo a isso, as mulheres precisam permitir duas coisas
básicas aos homens: 1) que eles retornem ao seu papel fundamental na criação de
governarem seus lares e a sociedade e 2) que elas exerçam conscientemente a
submissão como defini, ceder espaço para que esses homens possam ser as pessoas
que estão destinadas a ser.
As mulheres
não são diminuídas por isso, não é machismo chauvinista, não é ataque contra as
bases feministas e aos seus direitos adquiridos no mundo livre, mas um retorno
às bases fundamentais da sociedade humana e dos princípios que trouxeram
parcela significativa do desenvolvimento das nações até aqui. Homens e mulheres são iguais, mas diferentes.
Iguais na criação, mas diferentes na função.
Quero, porém, que entendam que o
cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de
Cristo é Deus.
Pois o homem não se originou da
mulher, mas a mulher do homem;
além disso, o homem não foi criado
por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.
No Senhor, todavia, a mulher não é
independente do homem, nem o homem independente da mulher.
Pois, assim como a mulher proveio do
homem, também o homem nasce da mulher. Mas tudo provém de Deus.
1 Coríntios 11:3-12
(NVI)
Carlos Carvalho
31 de janeiro de 2014
Referências:
Diferenças entre homens e mulheres: biologia ou cultura? Charbel
Niño El-Hani. Disponível em: http://www.usp.br/revistausp/29/22-charbel.pdf
Existem diferenças cerebrais
entre os homens e as mulheres? Prof. Dr. Renato M.E. Sabbatini. Disponível
em: http://www.cerebromente.org.br/n11/mente/eisntein/cerebro-homens-p.html
Mulheres Inteligentes. Samuel Procópio/ Adélia Francisca da Silva. Publicação
independente. São Luiz do Maranhão: 2010. Capítulo 4, p.47ss.
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