OS ACONTECIMENTOS DE
NOSSOS DIAS
Tenho dito que vivemos numa
geração pós-moderna, pluralista, relativista e com forte ação para o paganismo
antigo. Isso se dá de diversas formas: pelo desrespeito às instituições, pelo
distanciamento consciente da influência da ética e moral cristã, pela perda
contínua do pátrio poder, pela relativização da verdade, pelo apelo à
libertinagem disfarçada de liberdade, por uma espiritualidade pessoal fraca e
superficial, pelo hedonismo e busca da felicidade sem respeito ao outro, pelas
relações casuais, pela sexolatria maquiada de direitos civis, pelo culto ao
corpo e aos padrões de beleza fora da realidade humana, por uma política de
conchavos, corrupta e corrosiva do erário público que não dá a mínima para o
povo que diz representar, por uma forte impunidade disfarçada de direitos
humanos, por uma Academia mais marcada por teorias e utopias e menos ciência
que melhora o mundo, pela intolerância religiosa e contra a religião e por uma
sociedade que exige diariamente seus “direitos” e não pratica nem conhece seus
deveres.
É óbvio que em um tempo assim,
não devemos subestimar ou nos surpreender com nada que acontece, assim como as
Escrituras já a quase dois mil anos atrás nos advertia que os nossos dias
teriam estas características. Vejamos o que elas nos dizem:
A) Jesus
nos antecipou que haveria de acontecer problemas de todas as ordens,
familiares, relacionais, geopolíticos e na natureza (Mateus 24.4-14)
B) Jesus
nos disse que as pessoas se comportariam nestes tempos como os da época do
dilúvio e de Sodoma e Gomorra (Lucas 17.22-30)
C) Paulo
nos assevera que estes dias que vivemos é marcado pela mudança dos fundamentos
da verdade (2 Tessalonicenses 2.2-12)
D) Ele
nos diz que nossos dias serão marcados pela influência maligna e demoníaca que
se inicia primeiro nos ambientes da fé (1 Timóteo 4.1,2)
E) Paulo
também nos afirma que nossos dias serão invadidos por uma forte mudança no
comportamento das pessoas a partir de sua individualidade (2 Timóteo 3.1-9)
F) Pedro
nos avisa que falsos mestres iniciarão um movimento destrutivo dentro da
própria igreja de Cristo tentando afastar os fiéis de Deus, da verdade e do
evangelho de nosso Senhor (2 Pedro 2)
G) João
nos informa que há uma clara separação entre o cristão genuíno e o espírito do
mundo (1 João 2.1-17)
H) Judas
nos mostra como em nossos dias e sempre existiram pessoas que se disfarçavam de
espirituais, mas verdadeiramente são como enviados do Maligno para corromper os
homens e mulheres de Deus (Judas.4-19)
Basicamente isso. Não é de
admirar que gente com essas características tentem, vez após outra, influenciar
os meios de comunicação e as diversas mídias que existem (e com eficácia) para
seus fins destrutivos da moral e ética cristãs, que tentem, até por meio de
leis, calar a boca dos que eles chama de “intolerantes religiosos” ou
“fundamentalistas cristãos” para que não lancem em suas faces seus pecados e
iniquidade. Não se deve imaginar que essas pessoas não tentariam mudar até a
forma de ensino nas escolas para que as crianças cresçam mais tendentes ao seu
modelo de “família” e “sociedade igual”. Não se deve assustar com suas falas,
suas campanhas, suas manifestações e coisas semelhantes, pois esse é o espírito
que lhes guia. Rejeitam a verdade, odeiam as Escrituras, abominam o Deus
bíblico santo e puro, manipulam a própria imagem de Jesus à sua imagem
pecaminosa e indecente, interpretam os textos à sua maneira e cosmovisão, amam uma
falsa liberdade e se comportam como animais no cio. O que esperar de uma
geração assim?
A nós, cristãos bíblicos só nos
restam algumas poucas coisas a fazer, a saber:
1) Continuar
levando a mensagem da salvação aos perdidos (Marcos 16.15,16). Lembre-se, não
são perdidos porque são pessoas maravilhosas ou boas, mas precisamente por
estarem em rebelião contra Deus e sua Palavra. Devemos pregar o evangelho em
todo o tempo (2 Timóteo 4.2). Não podemos negociar essa ordem bíblica, é
imperativo que não nos calemos. Não somos neutros neste mundo.
2) Devemos
procurar influenciar da maneira que for possível os governantes de nossa nação
para que façam leis e legislem de forma a vivermos em paz e tranquilos (1
Timóteo 2.1-6), mas tudo começa pela oração por eles. Não
somos chamados a ser passivos enquanto o mundo desmorona ao nosso redor, somos
chamados para sermos pacíficos. Ao mesmo tempo, temos uma causa que vale a pena
lutar por ela pelos meios legais disponíveis, por isso não devemos nos
acomodar.
3) Viver
uma vida de santidade diante de Deus e dos homens, sendo sal e luz nesta terra
(Mateus 5.13 e 1 Pedro 2.11-15),
Aos pastores bíblicos ficam duas
grandes tarefas a cumprir neste tempo e diante de todos os acontecimentos:
Primeiro –
devemos proteger e cuidar do rebanho de Deus como o Sumo Pastor nos ensinou e
como os apóstolos nos ensinaram (João 10.11-13 / Atos 20.28-31 / 1 Pedro 5.1-4).
Essa e nossa tarefa principal.
Segundo – devemos
da mesma forma zelar pela sã doutrina e pelo evangelho, com a finalidade de que
o rebanho de Deus não se desvie após hereges e heresias (Romanos 16.17 /
Efésios 4.11-14 / 1 Timóteo 1.3-10 e 4.16 / Tito 1.7-11 / Hebtreus 13.17 / 2
João 1.9,10 / Apocalipse 2.14,15).
Minha esposa me ouviu falando
sobre isso esses dias e me deu uma pérola de sua sabedoria. Ela me disse que os
pastores deveriam se preocupar em proteger o rebanho de Deus das falsas
doutrinas e cuidar para ele seja preservado de todo este mal do mundo. Sei que
isso só é válido para verdadeiras ovelhas, portanto, algo que só será feito em
parte. Mas veio-me a lembrança do que aconteceu quando Deus quis libertar seu
povo do Egito: enquanto ele julgava aquela poderosa nação com suas pragas, \Ele
protegia seu povo na terra de Gósen (Êxodo 8.6; 9.26; 10.21,22). Quem sabe, se
Deus assim quiser, possa fazer com que nosso trabalho pastoral redunde neste
tipo de proteção para Seu rebanho nestes dias difíceis.
A Deus toda a glória!
Bp. Carlos Carvalho
Teólogo e Pr. Sênior da Comunidade Batista Bíblica
Cientista Social e fundador da ONG ABAN Brasil