O caminho de Deus
“O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é provada; ele é
escudo para todos os que nele se refugiam.”
Salmo 18.30
Como pessoas
imperfeitas, que vivem em um nível de imperfeições das mais variadas, tal qual
a falta do conhecimento sobre as origens do universo (que são teorias e
suposições), do universo subatômico (invisível mesmo aos mais sofisticados
aparelhos), da origem da vida e da própria realidade da consciência humana que
é impossível ser fruto de evolução, podem entender o caminho de um Deus
perfeito? Nossa cosmovisão e nossa ótica têm deficiências.
Não temos
referência para fazer comparações com a perfeição. Nossas definições de
perfeição são no mínimo imperfeitas por nossa própria insuficiência de
referenciais. Por isso o ser humano tem tanto problema em relação a Deus, pelo
simples fato de não reconhecer e aceitar que, em se tratando dele, estaremos a
um abismo intransponível para o pleno conhecimento de sua pessoa.
É essa a causa
de tanta incoerência, contradições, confusões, lutas acadêmicas e científicas,
a imperfeição para conhecer e referenciar o perfeito. Por isso temos tantos
desvios de rotas humanas, tantos choques de culturas, debates incontáveis e que
jamais chegam a um consenso. Por causa disso também vemos tantos indivíduos
irradiando sua ferocidade verbal e escrita contra aquele que não compreendem.
Ele deixou
apenas um testemunho escrito de sua pessoa e atributos, as Escrituras bíblicas
e também por isso temos problemas. Elas nos apresentam um Deus que age de
maneira que não compreendemos muito bem e nos confunde em diversos momentos. Quando
um ser perfeito age, nossa capacidade de entendimento imperfeita não percebe a
perfeição nessas ações e quais os propósitos perfeitos por trás daquilo e nos
perturbamos.
Por isso o
salmista ao perceber essa perfeição em Deus, sabe que jamais poderá
compreendê-la e que algumas coisas que estão escritas em sua palavra podem em
algum momento nos confundir, ele faz a única coisa que é sensata a fazer diante
da perfeição de Deus: refugiar-se nele. Ele descobre que se confiar nessa
perfeição, mesmo que tenhamos dificuldades em compreendê-la, Deus se tornará
uma defesa para nós.
Quem é que
possui todas as respostas para a vida? Quem sabe como medir a perfeição para
que se possa compará-la? Quem conhece todos os segredos do universo? Nenhum de
nós! Portanto é mais sábio confiar naquele que é perfeito. Isso não significa
que devemos parar de pensar e de investigar a criação, não significa que não
existam coisas erradas no mundo ou que devemos parar de buscar por respostas.
Significa
apenas que em relação a Deus podemos estar seguros que ele que é perfeito sabe
exatamente o que está fazendo e o que não está fazendo no universo. Que ele age
com perfeição e não compreendemos suas ações de maneira completa. Que o mundo é
como é não por culpa dele, mas do próprio homem a quem ele permitiu o domínio
de sua criação e que ele saberá o que fazer no momento certo, pois seu tempo
não é o nosso.
Apesar de
todas as tragédias humanas e naturais que enfrentamos constantemente, essas
coisas não atestam contra a perfeição de Deus, atestam contra nossa imperfeição
de não compreendê-lo e por causa disso fazemos as coisas do nosso jeito. Qual é
o resultado que colhemos até aqui? Dê uma olhadinha no mundo por alguns minutos
e verá o que criamos por achar que não precisamos de Deus.
Pense nisso!
Carlos Carvalho
Pastor Sênior da Comunidade
Batista Bíblica Internacional