A RELAÇÃO DE DEUS COM O
MAL
Amo o texto de apocalipse que
descrevo abaixo:
1 Então vi um novo céu e uma nova
terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não
existia.
2 Vi a cidade santa, a nova
Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, preparada como uma noiva
adornada para o seu marido.
3 Ouvi uma forte voz que vinha do
trono e dizia: "Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os
quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e
será o seu Deus.
4 Ele enxugará dos seus olhos toda
lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga
ordem já passou".
5 Aquele que estava assentado no
trono disse: "Estou fazendo novas todas as coisas! " E acrescentou:
"Escreva isto, pois estas palavras são verdadeiras e dignas de
confiança".
6 Disse-me ainda: "Está feito.
Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem tiver sede, darei de beber
gratuitamente da fonte da água da vida.
7 O vencedor herdará tudo isto, e eu
serei seu Deus e ele será meu filho.
Apocalipse 21
Não desejo
iniciar uma aula de Filosofia nem de Escatologia aqui. Meu objetivo é tentar
dar uma resposta escriturística simples e definitiva sobre a questão do mal e
de sua presença neste mundo na perspectiva da Revelação bíblica. Posto isto,
não estou dizendo que todo o fluxo de pensamento e produção literária sobre o
tema seja irrelevante, mas que tudo o que foi dito e escrito até aqui só terá
sentido se não formos arrogantes ao ponto de não deixarmos que a palavra final
seja a de Deus, nas Escrituras.
Em linhas
gerais, filosóficas e teológicas, o mal é visto de duas maneiras principais, tanto
na visão do senso comum, como na visão de pensadores:
Há o mal moral –
são os atos de maldade dos seres humanos que os diferencia dos demais, em
outras palavras, esses atos de maldade nos fazem refletir e fazer as
referências entre o bem e o mal. Em todas as sociedades da Terra existem essas
referências. Em qualquer lugar do mundo os seres humanos sabem fazer diferenças
entre o certo e o errado e há, em todas
elas, a recompensa ou a punição pelos atos dos homens. Sobre esse tipo de mal,
não parece haver problemas entre os pensadores, todos reprovam os atos
malignos, todos reprovam o mal moral.
Há o mal natural
– o mal natural são os acontecimentos que não estão no controle dos seres
humanos, ou seja, que não são as ações dos homens que o provocaram. Antes de
prosseguir, é preciso fazer uma ressalva – há males naturais que podem
acontecer nas vidas das pessoas por elas se aproximarem irresponsavelmente dos
locais onde as catástrofes naturais acontecem – mas geralmente o mal natural é
algo para o qual não possuímos nem o controle, nem o poder de evitar. Aqui está
o problema entre os pensadores, aqui se divide a crença e a não crença na
existência de Deus. O mal natural é o divisor de águas.
As perguntas
humanas se multiplicam quando o mal natural acontece: qual o sentido de uma
tempestade ou de um furação com intensidades tão destruidoras? Qual o propósito
de um terremoto que destrói um país inteiro? Porque de um tsunami destruir e
matar quase 300 000 pessoas? E quando essas perguntas são feitas, uma nova
série delas se levanta: Qual o propósito de Deus nisso? Porque ele permitiu se
é tão bom? Será que ele existe mesmo? Essas são apenas algumas e isso por causa
de nossa incapacidade de compreender as coisas com clareza quando se trata do
mal natural.
Ao pensar
nestas questões e ao ler o texto em Apocalipse, meus pensamentos foram
iluminados com a visão do final, pois jamais, repito jamais poderemos entender
o que acontece aqui neste mundo natural, ao menos na perspectiva bíblica, se
não termos em mente continuamente o fim profetizado e preparado para os que
creem. Portanto, abaixo deixo doze entendimentos sobre Deus e a presença do mal
no mundo que vieram a mim quando meditava sobre isso. Ei-las:
1) Deus resolverá o problema do
mal.
2) Deus tem a intenção de
eliminar o mal.
3) Deus não só deseja, como num
futuro determinado eliminará o mal definitivamente.
4) O mal, neste caso, não atesta
a improbabilidade da existência de Deus.
5) Deus tolera a presença do mal
porque já vê um final que foi escrito para ele.
6) O propósito original da
criação era um mundo sem o mal.
7) A existência de Deus fornece a
prova da eliminação da existência do mal.
8) Ao final, Deus não eliminará a
existência humana, eliminará a presença do mal.
9) A coexistência de Deus com o
mal é temporária.
10) O mal no mundo é alvo de
ações concretas de Deus para extingui-lo.
11) Tanto o mal moral como o mal
natural deixarão de existir no final.
12) É definitivo que, com Deus, o
mal não existirá continuamente.
Em Apocalipse 21, Deus responde
ao dilema de Epicuro: “se Deus pode acabar com o mal e não o faz, não é bom, e
se não pode, não é onipotente”. Aqui, Ele pode e o fará, por isso Ele é bom e
onipotente.
Carlos Carvalho
Páscoa de 2014
Imagem: catastrophy of
pompeii. Disponível em:
http://wollipaper.com/catastrophy-pompeii-2014-movie-with-full-hd-pictures-37.html
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