quarta-feira, 11 de junho de 2014


O Tamanho da Cegueira Espiritual

“O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.”
2 Coríntios 4:4

Ao passar por alguns dos jornais impressos ou não de nosso país, fica evidente a dimensão da cegueira espiritual que prende nosso povo. A deficiência visual física, de nascimento ou não, é uma condição humana da qual se faz necessárias políticas públicas, pesquisa científica e médica, junto a ações sociais concretas para minimizar e, quem sabe, num futuro próximo, trazer cura aos que sofrem com ela, mas a cegueira espiritual não possui remédio simples ou técnica cirúrgica que lhe dê fim.

Cegueira espiritual é uma condição de alma, de espírito humano. É quando a pessoa não tem a mínima percepção de coisas que estão para além de seu entorno ou de seu mundo psíquico. É exatamente por isso que é um quadro difícil de perceber, porque são coisas que se desenrolam em um ambiente para o qual a esmagadora maioria das pessoas não foi preparada para discernir. Não possuímos máquinas ainda capazes de nos dar um vislumbre do mundo espiritual.

Misticismos, sincretismos religiosos, espiritualização das coisas físicas, magia, simpatias, horóscopos, mapas astrais, bruxaria, idolatria, comunicação com os mortos, lendas, adivinhações e coisas semelhantes são apenas a ponta do verdadeiro iceberg da cegueira espiritual que envolve a nação. Esta cegueira vai mais fundo e mais longe. Ela vai mais longe por ter-se iniciado antes mesmo de nossa terra ser habitada, para além da antiguidade histórica, e vai mais fundo porque está enraizada nas mentes e corações dos brasileiros pelo viés de nossa cultura.

Esta cegueira é um estado de mente que apenas o poder advindo do conhecimento e da revelação do Evangelho de Jesus Cristo pode destruir. Somente a luz de Deus irradiada por Cristo é capaz de iluminar a densidade das trevas espirituais de uma pessoa. Da mesma forma, é exatamente por isso que o verdadeiro Evangelho sofre duros golpes em nossa sociedade, na tentativa de calar sua voz. Há uma guerra não vista, nas sombras, no mundo oculto para que a luz de Deus não brilhe nos corações e nas mentes dos homens.

É claro que com isso não desejamos uma sociedade “laica, “secularizada” ou “materialista” em confronto direto com toda a espiritualização generalizada que se vê, nem uma sociedade “espiritualizada”, “mística” ou “religiosa” em detrimento à secularização dela, pois ambas as condições extremas são prejudiciais aos valores e princípios da liberdade e da espiritualidade ensinadas por Jesus. O ideal seria uma sociedade equilibrada entre esses dois pontos: o espiritual sadio e o secular benéfico. Este sim é um tremendo desafio para os povos do século XXI.


C. K. Carvalho
Teólogo e graduando em Ciências Sociais

Pr. Sênior da Comunidade Batista Bíblica

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