sábado, 30 de janeiro de 2016

A Contabilidade do Tempo Oferecido ao Reino de Deus na Semana...


CONTABILIDADE DO TEMPO OFERECIDO AO REINO DE DEUS NA SEMANA POR UM CRISTÃO OU CRISTÃ ATIVO(A)


Suponhamos que, um irmão ou irmã, bem ativos e assíduos nas reuniões ou cultos oferecidos em uma comunidade de fé, contabilizasse as horas gastas semanais que ele ou ela oferece ao reino de Deus. De quanto tempo estaríamos falando, em uma simulação bem extremada? Veja a tabela abaixo:

Reunião/Culto
Tempo em horas
Reunião de oração da semana
2 hs
Culto doméstico
1 hs
Reunião ADM/ Ministerial/ Ensaio
2 hs
Célula / Grupo Pequeno
2 hs
Culto público semanal
2 hs
Congregação / Missões / culto de Sábado
2 hs e 30m
Escola Bíblica Dominical
2 hs
Celebração da Noite
3 hs
Total:
16 horas e 30 min.

A semana de sete dias possui 168 horas. Portanto, o percentual de horas que um cristão ou cristã extremamente ativo ou ativa daria ao reino de Deus no serviço da sua igreja ou comunidade de fé seria de 9,7%. Isso não chega a 10% do tempo que dispõe por toda a semana. Considerando que este é um caso fictício, e, que, a maioria dos cristãos não participam todos os dias de uma reunião específica ou culto, o percentual de horas oferecidas ao reino de Deus ou em serviço voluntário à igreja é pífio e desprezível.

A igreja ou a comunidade de fé à qual o cristão ou cristã pertencem, além de sofrer com essa baixa oferta de seu tempo, também sofre pela irreal concepção por parte de alguns que dizem que já vão “muitos dias à igreja” e que não podem ficar “sem tempo” para outras coisas igualmente importantes, ou ouvem de algum membro de sua família que “só vivem ou pensam na igreja”, quando, durante a semana, só aparecem duas vezes na casa de oração para os cultos regulares.

Imaginem qual seria a reação se eles ou elas estivessem diante do Senhor Jesus ouvindo estas palavras:

26 "Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo.
27 E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo.
33 Da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo.
Evangelho de Lucas, 14.



© Bp. Carlos Carvalho

27 de janeiro de 2016

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A Unidade Evangélica e sua fraca e delicada estrutura


A Unidade Evangélica e sua fraca e delicada estrutura
26 de janeiro de 2016

Durante muito tempo assistimos – ou melhor, lemos e vemos – principalmente nas redes sociais, uma verdadeira guerra interna na Igreja Evangélica Brasileira com séries e mais séries de ataques de todos os lados, não apenas entre “calvinistas e arminianos”, mas também entre pentecostais, ultrapentecostais e os não pentecostais.

Cada um de per si, tenta produzir razões e justificativas para a defesa de sua “fé” particular, enquanto, ao mesmo tempo, ironiza e desacredita o seu “oponente” (que é irmão em Cristo) com sua sapiência e argumentos teológico-filosóficos, conexões textuais histórico-críticas que por vezes se perdem no emaranhado de tentativas de explicações e que nada produzem de edificação cristã.

Outros apenas mostram suas peripécias evangélicas pelo “poder” de Deus ou do Espírito que “cai” e se “manifesta” durante os cultos e diversos pregadores demonstram seu quase nenhum conhecimento das Escrituras com chavões e clichês que impulsionam sua platéia a “receberem” esse tal poder e expor-se a situações que beiram ao ridículo ou muito parecidas com a de outras religiões não cristãs.

A “guerra” evangélica se tornou tão evidente que uma parte de seus fomentadores precisou produzir um documento para tentar barrar os extremos – ao menos de um lado. Augusto Nicodemos Lopes, Jonas Madureira, Paulo Romeiro e mais trinta ministros protestantes de várias igrejas históricas assinaram o que chamaram de “Nota Pública sobre Debates Teológicos entre Calvinistas e Arminianos”, como forma de repúdio às agressões e ataques provocados pelos “militantes da defesa da fé”.

No ano de 2015, publiquei um artigo em uma de minhas redes sociais acerca das atitudes que os verdadeiros cristãos deveriam promover ao invés de digladiarem entre si por questões de palavras, opiniões pessoais, doutrinas particulares, posições teológicas denominacionais ou acadêmicas ou fazerem com que os perdidos e não cristãos percebam e vejam o tamanho do abismo que existe em nossa comunhão. Abaixo reproduzo uma pequena parte dele:

“É um fato incontestável de que o Brasil é um país cristão, mesmo que uma parte destes cristãos não seja praticante e também é verdadeiro que há minorias religiosas e não religiosas em nosso país. Por isso é necessário que os cristãos se unam em síntese para:

1)      Promover a paz inter-religiosa. São os cristãos que devem primeiramente promover o diálogo para a liberdade religiosa plena.

2)      Os cristãos devem defender seus direitos religiosos em todos os âmbitos do diálogo, tanto em fóruns, como no Congresso Nacional.

3)      Cristãos devem militar em defesa dos grandes temas sociais, como o da preservação da vida, da erradicação da pobreza, da mitigação da violência em todos os níveis, da igualdade entre os homens e mulheres, da defesa da criança e da formação do adolescente, da liberdade, da natureza, no combate a todas as drogas (lícitas ou ilícitas), no combate ao abuso sexual de todos os moldes, no combate sequestro e desaparecimento de crianças, no combate ao tráfico humano e de órgãos e assim por diante.

4)      Cristãos devem lutar por políticas públicas que melhorem de fato a vida dos habitantes de nossa nação, sem exclusão de pessoas.

5)      São os cristãos que devem estar na dianteira na luta dos direitos humanos, nas questões dos apenados, dos órfãos, dos estrangeiros e na saúde.

6)      Cristãos devem trabalhar em parceria em todas as áreas científicas, do saber humano e da pesquisa tecnológica e do progresso para o benefício da sociedade humana.

7)      Devem unir-se na defesa dos princípios cristãos da família, do casamento, do gênero, do convívio social, da igualdade racial, da paz entre todos, da solidariedade, das Escrituras Sagradas, do amor fraterno e da fé em Cristo.

8)      Por fim, os cristãos devem se unir à Academia, ao Governo e às Organizações Civis para impedir todo e qualquer processo humano ou governamental que vise destruir o estilo de vida que o Cristianismo ajudou a construir no mundo.”

Concluo dizendo que é profundamente fraca, delicada e frágil a estrutura e o tecido “evangélico” que nos une como “povo de Deus”. Para além de tudo isso, ainda precisamos conviver diariamente com outros, ditos cristãos, que atentam frontalmente contra as Escrituras, as doutrinas fundamentais da fé cristã e contra a ética, a moral e os bons costumes que temos de demonstrar ao mundo por causa da responsabilidade da cruz que carregamos (Marcos 8.34). 

Como se isso não bastasse, lidamos com grupos isolados, separatistas, desviantes, intransigentes, rebeldes, desigrejados e individualistas que mais parecem com pseudocristãos do que com filhos e filhas de Deus em Cristo Jesus. E sem deixar de mencionar os reais pseudocristãos (o joio) e os lobos devoradores vestidos de ovelhas em nosso meio (Mateus 7.15). Far-nos-á muito bem lermos as Escrituras de vez em quando com o objetivo de moldar nossas ações diante dos homens e por amor à Igreja de Jesus:

...E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.
Mateus 24.12

MAS o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé...
1 Timóteo 4.1...

SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis...
2 Timóteo 3.1...

E TAMBÉM houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.
E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita...
2 Pedro 2.1...

...Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito.
Epístola de Judas

Cristãos, uni-vos!


© Carlos Carvalho

Teólogo e Pr. Sênior da Comunidade Batista Bíblica

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O Princípio das Dores


O Princípio das Dores
Mateus 24.1-14

Este é um assunto ao mesmo tempo interessante e esclarecedor. O princípio das dores é um período histórico que, segundo Jesus, iria começar após a destruição do Templo em Jerusalém, em 70 d.C. ao menos é isso que dá a entender de sua resposta após a pergunta tripla dos discípulos sobre o que ele tinha dito nos versículos 1 e 2, quando mostraram para ele a beleza e suntuosidade do Templo e de suas pedras engastadas.

Ele disse que tudo viria ao chão, aludindo a uma futura destruição daquele local sagrado, e, então, os discípulos ficaram curiosos e lhes perguntaram quando aquilo iria acontecer, que sinais demonstrariam seu retorno e de quando seria o fim de tudo – isso no versículo 3. Jesus passa a discorrer sua resposta inicialmente, lhes falando do primeiro período, o princípio das dores.

Esse período também corresponde aos chamados “últimos dias” mencionados em Atos dos apóstolos e nas cartas paulinas. Os últimos dias foram profetizados pelo profeta Joel (Joel 2.28-32) e mencionado por Pedro em sua primeira pregação pública após a descida do Espírito Santo em Atos 2.14-21. Com o advento de Atos 2, entre os anos 29-31 d.C., somado à destruição do Templo em 70 d.C., estabelece-se o início do “princípio das dores”.

Quais as características essenciais deste período narrado por Jesus? Vejamos a extraordinária exatidão com os acontecimentos que se multiplicam até os nossos dias:

1)      A aparição de diversas pessoas dizendo-se serem o próprio Jesus Cristo (v.4,5). E até hoje isso ainda não parou.

2)      Guerras e possibilidades de guerras (v.6).

3)      Conflitos internacionais diversos (v.7)

4)      Pessoas passando fome e morrendo dela (v.7).

5)      Terremotos em vários lugares (v.7). Na época de Jesus não se conhecia a quantidade de terremotos que vemos hoje e não era por falta de informações.

6)      Perseguição e morte de cristãos (v.9). Existem hoje dezenas de nações onde a fé cristã não é aceita, é perseguida, impedida de crescer e penalizada com morte.

7)      A destruição das relações humanas (v.10).Um fato cada vez mais grave em nossos dias.

8)      Falsos profetas (v.11), que têm o único intuito, conscientes ou não, de, falando em nome de Deus e da parte de Deus, produzirão engano na vida das pessoas (não poucas) que acreditarem no que eles dizem.

9)      O esfriamento do amor nos corações por causa do aumento intenso do pecado e da iniquidade no mundo (v.12). De tanto ver o mal, as pessoas deixarão paulatinamente de crer na bondade e no amor.

10)  A perseverança de um pequeno número de crentes (v.13) possibilitará a salvação destes.

11)  A maior onda de evangelização da história humana se dará neste período (v.14). Com tudo lhes sendo desfavorável, os cristãos genuínos promoverão um último esforço global para comunicarem a mensagem do evangelho do Reino.

12)  Dando início ao fim (v.14) do “princípio das dores” e iniciando o período da “tribulação”.

Qual o objetivo de toda essa explicação? Demonstrar aos queridos e queridas que não importa o que fizermos em termos de jornadas de oração, campanhas de oração, batalha espiritual ou guerra de poderes, um fato permanece: aquilo que Jesus disse que viria, não pode ser impedido pela igreja. A igreja de Jesus não pode fazer nada contra as profecias do próprio Cristo. Elas se cumprirão, e, portanto, não se assustem ou se incomodem com os eventos que estão acontecendo nos nossos dias, ou os que estão por vir. Eles são inevitáveis!

O mundo caminha para a chegada do anticristo, para o governo global, para o controle total e para a religião universal do falso profeta que também virá. Tudo o que vemos é o caminho de preparação que visa enganar, camuflar e confortar malignamente o coração daqueles que não receberam nem receberão o amor da verdade para serem salvos (2 Tessalonicenses 2). Tudo isso já foi previsto por Deus em sua Palavra!

Cabe a nós, ao menos algumas coisas: 1) Amar a Deus e a Seu Filho acima de todas as coisas, 2) Continuar servindo-o na igreja e em seu reino, 3) Continuar demonstrando a fé e o amor cristão pelos irmãos e pelo próximo, 4) Manter nossa comunhão com o Espírito Santo, 5) Interceder pelos perdidos e evangelizar o máximo de pessoas que pudermos, 6) Viver nossa santidade pessoal no espírito, alma e corpo, 7) Cuidar de nossos próprios negócios, trabalho e carreira em paz, 8) Investir em missões e 9) Crescer na graça, no conhecimento de Deus, de Cristo e da Palavra aguardando ansiosos nosso encontro final com Ele.

Entenda o que desejo lhe falar. O que escrevi não é um chamado para a passividade, para o isolamento, para a não reação ou para que você, ao saber disso tudo, deixe de lutar na vida ou servir a Deus. Também não é um chamado ultracalvinista, que lhe impedirá de realizar a obra de Deus e cruzar os braços para a salvação dos perdidos.

Ao contrário, é um chamado à consciência cristã, que percebe a realidade espiritual do mundo e das pessoas ao seu redor, mas compreende que Deus tem um plano de salvação para todos os que responderem ao Seu chamado, tornado-se eleitos de Deus. É um chamado para que você não gaste nem despenda energia e recursos em direções que não trarão resultados esperados ou satisfatórios para o reino de Deus nem para a sua vida.

É uma convocação para o trabalho consciente na obra de Deus, para não nos iludirmos com a possível melhoria de um mundo sem Deus em Cristo reinando no seu coração e vida e para que continuemos fazendo a vontade do Senhor na esperança de seu retorno que culminará, por fim, num mundo novo que Ele criará para a nova humanidade.


Bp. Carlos Carvalho
Teólogo e Pr. Sênior da Comunidade Batista Bíblica

Janeiro de 2016

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Todos pecaram...


Todos pecaram...

Toda a humanidade pecou

Cada criança que nasce e cada pessoa que morre pecou

Cada pai e mãe, bem como cada filho ou filha pecou

Cada sociedade e tribo humana pecaram

Até anjos pecaram

Cada um dos maiores generais, estadistas, governantes, imperadores e políticos pecaram

Cada comandante militar e cada soldado pecou

Todas as famílias humanas pecaram

Cada justo ou ímpio nesta terra pecou

Cada herói ou mocinho, cada policial, vilão ou bandido pecou

Cada artista em qualquer arte deste mundo pecou, dos mais nobres e reconhecidos aos ilustres desconhecidos

Cada líder espiritual deste planeta pecou, seja Buda, Maomé, Confúcio, Papa ou Pastor

Cada filósofo, pensador, professor, cientista ou estudante pecou

Cada opressor, racista, ditador, oprimido ou cidadão pecou

Cada homicida, latrocida, criminoso, vítima ou “inocente” pecou

Cada juiz, advogado, julgado ou réu pecou

Em resumo, cada ser humano que nasceu, habitou ou habita neste mundo pecou,

Exceto Um!

Carlos Carvalho
Janeiro de 2015
Textos bíblicos de referência:
Aos romanos 3.23

Aos hebreus 4.14,15