O PREÇO JUSTO
Série Vencendo a Crise
Balança enganosa é abominação para
o SENHOR, mas o peso justo é o seu prazer.
Provérbios
11.1
O que uma
crise financeira macro tem a ver com o preço justo dos produtos? Tudo! Grande parte
dos empresários e negociantes não trata dignamente a questão da valorização e
do cálculo para precificar seus produtos. Mesmo que particularmente considerem
sua marca ou produto como importante, que a margem de seu lucro é a correta ou
que o custo-benefício relacionado com a produção e logística justifique o valor
praticado, nem tudo é uma questão somente técnica.
A precificação
de um produto leva muito mais em conta do que somente os valores inseridos em
sua cadeia produtiva, também são necessários uma pesquisa de mercado, verificar
a demanda, compreender os riscos a longo e médio prazo do produto ficar em
estoque pela demora na venda e etc. Porém, a meu ver, o mais importante é que o
preço precisa ser justo de fato e não somente uma confluência de números.
O texto de
Provérbios nos indica a preocupação correta e necessária com o produto e com a
venda dele na ponta que chega a quem o consumirá. Preço justo ou balança justa
fala de uma integridade naquilo que estamos apresentando como algo útil e bom.
Tem a ver com vender exatamente o que anunciamos e ter o peso exato impresso no
recipiente. Balança justa é dar o preço correto, sem usarmos a esperteza para
extrair mais do que de fato a coisa vale.
Balança enganosa
é a esperteza de negociantes que esperam levar vantagem em tudo, que mentem
para vender, que escondem os problemas e os danos dos produtos, que declaram
que fizeram melhorias sem nunca as terem feito, que anunciam valores muito
acima do esperado e que esperam lucrar com percentuais mais do que seria o
normal, como 200, 300, 400 e 1000%, por pura ganância.
A crise que
vivemos em nossos dias não é fruto somente de engodo político e corrupção
estatal ou partidária, mas também de ganância, de mentiras corporativas, de
preços abusivos, de propagandas enganosas, de descontos inexistentes, de
produtos de péssima qualidade vendidos como os melhores e assim por diante. A usura
maligna, a ganância exacerbada, os lucros exorbitantes e o amor desenfreado ao
dinheiro estão na base que subjaz a crise que enfrentamos.
As únicas
saídas já as conhecemos: humildade, preço justo, venda correta, eliminação da
corrupção endêmica em nossa nação, o resgate da moral e da ética cristã nos
negócios – até mesmo entre os ditos cristãos que praticam as mesmas coisas
horrendas – não comprar nada até que o preço se ajuste, fazer pesquisa de
preços, deixar de ter se necessário para não enriquecer gananciosos e coisas
parecidas a estas que integram o que chamo de justo comércio.
Sair de uma
crise também é uma questão de consciência. Avante!
Bp. Carlos Carvalho
29 de novembro de 2016