quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Deus é violento?


Deus é violento?

Reproduzo abaixo um texto que escrevi como resposta de uma pergunta que foi feita aos alunos virtuais do curso de integralização de créditos na Universidade Metodista, dos quais eu faço parte. Ao final do texto, acrescento um pequeno parágrafo e um texto bíblico.


É extremamente infantil e desonesto tentar analisar os relatos de violência e guerras descritos na Bíblia acerca das ações dos homens da antiguidade com os olhos da perspectiva tolerante, solidária e antiviolenta do Ocidente do século XXI e tampouco, não compreendendo que essas práticas eram perfeitamente normais e aceitáveis ao estilo de vida deles. E é claramente óbvio que os povos se utilizariam de sua fé particular em qualquer deus que fosse para justificar ou não suas vitórias militares. Mais comum que isso impossível.

O profetismo por sua vez, não revela um Deus violento, mas um Deus que estabeleceu suas leis e nelas, prescreveu as conseqüências muito antes delas acontecerem. Quando as circunstancias que atraíam essas conseqüências foram praticadas pela nação, os profetas foram enviados por anos a fio para fazer com que o povo de Deus retornasse à obediência, isso não acontecendo, o básico era a manifestação do “juízo”, ou seja, da concretização das conseqüências.

Até os nossos dias vemos isso costumeiramente. Há aplicação de penas e de punições das mais variadas por aquilo que os homens e mulheres cometem contra as leis estabelecidas para o bom convívio social. Estas leis, muitas delas, foram escritas e promulgadas há séculos ou décadas e têm valor real para uma nação. Se elas forem quebradas ou violadas, a punição ou o “juízo” penal virá sobre o indivíduo ou o grupo que assim agir.

Os escritos neotestamentários seguem os mesmos princípios. Há conseqüências, inclusive eternas, para os que violam as leis e os mandamentos de Deus, para os que rejeitam o ato de amor de Deus em Cristo na cruz e assim por diante. Isto não significa que Deus é violento, mas que Ele não é eternamente irresponsável pela violência dos homens e dará resposta a ela, seja em vida ou na pós-vida. Nós é que fomos moldados culturalmente e academicamente a pensamentos que não refletem a revelação de Deus nas Escrituras como um todo e procuramos alternativas para a verdade nelas mostradas.

Por muitas vezes, nossa mentalidade acadêmica e científica, afirma fatos, mas nega a verdade.

Acrescento o que o Deus do “Antigo Testamento” disse através do profeta Jeremias, mesmo ante a destruição que viria por meio dos babilônicos e do cativeiro ao qual o povo seria enviado. Seu desejo futuro e promessa de restauração começam com estas palavras:

Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.
Jeremias 31:3


Carlos Carvalho
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