quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Falsas Autoridades - Uma perspectiva bíblica da coisa de nossos dias


FALSAS AUTORIDADES

As Escrituras descrevem vividamente uma série de indivíduos que se fazem passar por autoridades constituídas por Deus, mas não são, porém estão vivendo e agindo no meio da Igreja do Senhor em nossos dias. Tal como o joio semeado pelo inimigo durante a noite na parábola ensinada por Jesus (Mateus 13.24-30 e 36-43), estes e estas falsas “autoridades”, não sendo cristãos(ãs) genuínos(as), não convertidos(as), e tampouco levantados(as) ou ungidos(as) por Deus, seguem seu caminho de destruição, desvirtuando a Palavra, desencaminhando os crentes fracos e separando as ovelhas de seu verdadeiro Pastor.
Para início de conversa, quero conceituar a palavra “falso”.
No uso do Novo Testamento, encontramos a palavra “pseudo” como raiz em quase todos os escritos, para denotar a falsidade ou a mentira. Há numerosas palavras compostas que associam “pseudo”, como pseudomai (mentir), pseudos (mentira), pseustes (mentiroso) e pseudes (enganoso). Ela se refere aos fatores que distinguem os verdadeiros discípulos de Jesus e os que não o são, é a luta entre a verdade e a mentira, a obediência e desobediência. Neste caso, essa mentira ou falsidade é traiçoeira e cúmplice da morte.
Quem são esses “falsos” descritos no Novo Testamento? Vejamos a pequena lista composta pela palavra pseudo:

Pseudochristos (falsos cristos) – Mateus 24.24; Marcos 13.24 – Os indivíduos que se apresentam como sendo o próprio Cristo ou uma manifestação dele.

Pseudoprophetes (falso profeta) – Mateus 7.15; 24.11, 24; Marcos 13.22; Lucas 6.26; Atos 13.6; 2 Pedro 2.1; 1 João 4.1; Apocalipse 16.13; 19.20; 20.20 – Os que pensam que receberam mensagens divinas para transmitir a outros ou os que conscientemente enganam os outros se dizendo profetas.

Pseudomartys (falsa testemunha) – Mateus 26.60; 1 Coríntios 15.15 – Todos os que se dizem servos e crentes, mas suas vidas estão em desarmonia com a revelação bíblica. Neste grupo se inclui todos os que professam serem cristãos, mas praticam uma religião ou seita incoerente com a vida de Jesus e dos discípulos.

Pseudadelphos (falso irmão) – 2 Coríntios 11.26; Gálatas 2.4 – São os que estão na igreja com a clara intenção de perverter a fé dos demais trazendo confusão doutrinária e falta de unidade no corpo local.

Pseudapostolos (falso apóstolo) – 2 Coríntios 11.13 – São todos os que se intitulam, se apresentam como apóstolos de Deus, mas não demonstram as credenciais bíblicas que os autorizariam a seguir neste ofício (1 Coríntios 9.1-3).

Pseudodidaskalos (falso mestre) – 2 Pedro 2.1 – São os que ensinam doutrinas estranhas à fé do Evangelho, negam a Cristo, manipulam a Palavra visando o seu próprio lucro, enganam as almas inconstantes pelo seu ensino e abrem o caminho da perdição com suas palavras (1 Timóteo 4.16).

Estas são as palavras base para toda a forma de falsidade de autoridade no Novo Testamento. Não podemos deixar de mencionar que o Antigo Testamento ainda traz a expressão “pastores que apascentam a si mesmos” que reflete a ideia de falsos pastores do rebanho de Deus (Ezequiel 34). Portanto, podemos inferir, e, sem receio algum, dizer que existem outros falsos ministros (2 Coríntios 11.15) que assolam as igrejas e o corpo de Cristo com sua falsa autoridade. São falsos pastores, falsos evangelistas, falsos bispos, falsos cantores(as), falsos músicos(as) e falsos líderes de todos os tipos e qualidade.
Convém seriamente nestes dias tomarmos os exemplos das repreensões do Senhor às igrejas do Apocalipse e observarmos quais foram os seus graves erros a fim de não repeti-los em nossa história, o que sabemos que já está acontecendo. Vejamos alguns:

Igreja de Éfeso (Apocalipse 2.1-7) – embora esta igreja tenha posto à prova os falsos apóstolos e rejeitado a doutrina dos nicolaítas, ela perdeu sua essência: DEIXOU O PRIMEIRO AMOR.

Igreja de Pérgamo (Apoc.2.12-17) – esta igreja foi gerada no centro da adoração mais profunda do Império Romano, sofreu muito por isso, mas permitia em seu seio os que SEGUIAM A DOUTRINA DO FALSO PROFETA BALAÃO.

Igreja de Tiatira (Apoc. 2.18-29) – era uma igreja com muitas virtudes, mas era tolerante COM A FALSA PROFETISA JEZABEL, mulher sem libertação, usada na igreja pelo espírito imundo que operou na maligna rainha Jezabel do AT, e que seu papel é o de fingir estar agindo debaixo do Espírito Santo, todavia, ministra influência de demônios nos que nela acreditam.

Igreja de Sardes (Apoc. 3.1-6) – igreja com um número muito baixo de crentes salvos e convertidos, mas repleta de “irmãos” MORTOS, SEM VIDA CRISTÃ E REPROVADOS pelo Senhor da Igreja.

Igreja de Laodicéia (Apoc.3.14-22) – igreja rica e próspera, mas que NÃO CONHECIA SUA SITUAÇÃO ESPIRITUAL, NEM QUE O SENHOR NÃO ESTAVA NELA.


“...Acautelai-vos, que ninguém vos engane.”
Mateus 24.4


Referências:
Dicionário Vine. W. E. Vine, Merril F. Unger, Willian White Jr. [trad. Luís Aton de Macedo]. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2002.

Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento / Colin Brown, Lothar Coenen (orgs.); [tradução: Gordon Chown], -- 2. ed. – São Paulo: Vida Nova, 2000.


Bp. Carlos Kleber Carvalho
Teólogo, Cientista Social, Pr. Sênior da Comunidade Batista Bíblica

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