FALSAS AUTORIDADES
As Escrituras descrevem
vividamente uma série de indivíduos que se fazem passar por autoridades
constituídas por Deus, mas não são, porém estão vivendo e agindo no meio da
Igreja do Senhor em nossos dias. Tal como o joio semeado pelo inimigo durante a
noite na parábola ensinada por Jesus (Mateus 13.24-30 e 36-43), estes e estas
falsas “autoridades”, não sendo cristãos(ãs) genuínos(as), não convertidos(as),
e tampouco levantados(as) ou ungidos(as) por Deus, seguem seu caminho de
destruição, desvirtuando a Palavra, desencaminhando os crentes fracos e
separando as ovelhas de seu verdadeiro Pastor.
Para início de conversa, quero conceituar a palavra “falso”.
No uso do Novo Testamento,
encontramos a palavra “pseudo” como raiz em quase todos os escritos, para denotar
a falsidade ou a mentira. Há numerosas palavras compostas que associam “pseudo”,
como pseudomai (mentir), pseudos (mentira), pseustes (mentiroso) e pseudes
(enganoso). Ela se refere aos fatores que distinguem os verdadeiros
discípulos de Jesus e os que não o são, é a luta entre a verdade e a mentira, a
obediência e desobediência. Neste caso, essa mentira ou falsidade é traiçoeira
e cúmplice da morte.
Quem são esses “falsos” descritos
no Novo Testamento? Vejamos a pequena lista composta pela palavra pseudo:
Pseudochristos
(falsos cristos) – Mateus 24.24; Marcos 13.24 – Os indivíduos que se apresentam
como sendo o próprio Cristo ou uma manifestação dele.
Pseudoprophetes (falso
profeta) – Mateus 7.15; 24.11, 24; Marcos 13.22; Lucas 6.26; Atos 13.6; 2 Pedro
2.1; 1 João 4.1; Apocalipse 16.13; 19.20; 20.20 – Os que pensam que receberam
mensagens divinas para transmitir a outros ou os que conscientemente enganam os
outros se dizendo profetas.
Pseudomartys
(falsa testemunha) – Mateus 26.60; 1 Coríntios 15.15 – Todos os que se dizem
servos e crentes, mas suas vidas estão em desarmonia com a revelação bíblica.
Neste grupo se inclui todos os que professam serem cristãos, mas praticam uma
religião ou seita incoerente com a vida de Jesus e dos discípulos.
Pseudadelphos
(falso irmão) – 2 Coríntios 11.26; Gálatas 2.4 – São os que estão na igreja com
a clara intenção de perverter a fé dos demais trazendo confusão doutrinária e
falta de unidade no corpo local.
Pseudapostolos (falso
apóstolo) – 2 Coríntios 11.13 – São todos os que se intitulam, se apresentam
como apóstolos de Deus, mas não demonstram as credenciais bíblicas que os
autorizariam a seguir neste ofício (1 Coríntios 9.1-3).
Pseudodidaskalos (falso
mestre) – 2 Pedro 2.1 – São os que ensinam doutrinas estranhas à fé do
Evangelho, negam a Cristo, manipulam a Palavra visando o seu próprio lucro,
enganam as almas inconstantes pelo seu ensino e abrem o caminho da perdição com
suas palavras (1 Timóteo 4.16).
Estas são as palavras base para
toda a forma de falsidade de autoridade no Novo Testamento. Não podemos deixar
de mencionar que o Antigo Testamento ainda traz a expressão “pastores que
apascentam a si mesmos” que reflete a ideia de falsos pastores do rebanho de
Deus (Ezequiel 34). Portanto, podemos inferir, e, sem receio algum, dizer que
existem outros falsos ministros (2 Coríntios 11.15) que assolam as igrejas e o
corpo de Cristo com sua falsa autoridade. São falsos pastores, falsos
evangelistas, falsos bispos, falsos cantores(as), falsos músicos(as) e falsos
líderes de todos os tipos e qualidade.
Convém seriamente nestes dias
tomarmos os exemplos das repreensões do Senhor às igrejas do Apocalipse e
observarmos quais foram os seus graves erros a fim de não repeti-los em nossa
história, o que sabemos que já está acontecendo. Vejamos alguns:
Igreja de Éfeso
(Apocalipse 2.1-7) – embora esta igreja tenha posto à prova os falsos apóstolos
e rejeitado a doutrina dos nicolaítas, ela perdeu sua essência: DEIXOU O
PRIMEIRO AMOR.
Igreja de Pérgamo
(Apoc.2.12-17) – esta igreja foi gerada no centro da adoração mais profunda do
Império Romano, sofreu muito por isso, mas permitia em seu seio os que SEGUIAM
A DOUTRINA DO FALSO PROFETA BALAÃO.
Igreja de Tiatira (Apoc.
2.18-29) – era uma igreja com muitas virtudes, mas era tolerante COM A FALSA
PROFETISA JEZABEL, mulher sem libertação, usada na igreja pelo espírito imundo
que operou na maligna rainha Jezabel do AT, e que seu papel é o de fingir estar
agindo debaixo do Espírito Santo, todavia, ministra influência de demônios nos
que nela acreditam.
Igreja de Sardes (Apoc. 3.1-6)
– igreja com um número muito baixo de crentes salvos e convertidos, mas repleta
de “irmãos” MORTOS, SEM VIDA CRISTÃ E REPROVADOS pelo Senhor da Igreja.
Igreja de Laodicéia
(Apoc.3.14-22) – igreja rica e próspera, mas que NÃO CONHECIA SUA SITUAÇÃO
ESPIRITUAL, NEM QUE O SENHOR NÃO ESTAVA NELA.
“...Acautelai-vos,
que ninguém vos engane.”
Mateus 24.4
Referências:
Dicionário Vine. W. E. Vine, Merril F. Unger,
Willian White Jr. [trad. Luís Aton de Macedo]. Rio de Janeiro, RJ: CPAD,
2002.
Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento / Colin
Brown, Lothar Coenen (orgs.); [tradução: Gordon Chown], -- 2. ed. – São Paulo:
Vida Nova, 2000.
Bp. Carlos Kleber
Carvalho
Teólogo, Cientista
Social, Pr. Sênior da Comunidade Batista Bíblica
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