quinta-feira, 28 de maio de 2015

FAMÍLIA – A Tentativa da Nova Definição


FAMÍLIA – A Tentativa da Nova Definição

Carlos de Carvalho[1]


É fato comprovado que conceituar a família não é fácil, principalmente quando se leva em conta a história humana. Como não acredito em modelo familiar que não tem registro histórico, mas apenas especulação paleontológica de possibilidades, atenho-me ao que se pode encontrar nos concretos registros históricos que dispomos que datam, as mais distantes, de apenas 13 séculos ante de Cristo[2], um tempo extremamente pequeno ao considerar as datas aceitas para a vida no planeta.

A “evolução” histórica do conceito de família passou por pouca mudança até o presente momento, quando consideramos adequadamente o que se nos apresenta estes mesmos registros. As famílias eram constituídas de todos os seus integrantes (consanguíneos ou não) e possuindo ou não laços afetivos. Era isso que se perpetuou em linhas gerais e as pouquíssimas variações são de casos extraordinários, como a monoparentalidade em casos esporádicos.

Por causa da poderosíssima influência do Cristianismo no mundo, estamos mais acostumados com a definição tradicional de família introduzido largamente nas leis e constituições dos países. Como entendimento deste modelo tradicional pode-se inferir que família é o conjunto de pessoas que possuem grau de parentesco entre si que vivem na mesma casa e uma família tradicional é normalmente formada pelo pai e mãe, unidos pelo matrimônio, com um ou mais filhos. Esta é uma unidade familiar nuclear ou elementar.
Com o advento do fim da modernidade e a entrada no ambiente da Pós-modernidade, as mais estranhas e diferentes definições surgiram – obviamente por refletir o próprio espírito pós-moderno de mudanças e rompimento com o estável e tradicional. Abaixo vemos as definições de família em oferta, além, é claro, da já conhecida e tradicional:

Família monoparental
Composta por apenas um dos progenitores: pai ou mãe. Os motivos que possibilitam essa estrutura são diversos. Englobam causas circunstanciais (morte, abandono ou divórcio) ou ainda, a decisão (na maior parte dos casos, uma decisão da mulher) de ter um filho de forma independente.
Família comunitária
Nesta estrutura, todos os membros adultos que constituem o agregado familiar são responsáveis pela educação da criança.
Família arco-íris
É constituída por um casal homossexual (ou pessoa sozinha homossexual) que tenha uma ou mais crianças ao seu cargo.
Família contemporânea
É caracterizada pela inversão dos papéis do homem e da mulher na estrutura familiar passando a ser a mulher a chefe de família. Abrange a família monoparental, constituída por mãe solteira ou divorciada.

Há claramente uma tentativa, inclusive de nossos magistrados de alterar o conceito tradicional de família e estendê-lo tanto quanto possível, com a finalidade de, segundo os que assim compreendem, englobar de maneira total todos as aspectos da sociedade contemporânea para dar respostas adequadas às demandas que se apresentarem. Embora o argumento seja bem sólido e procede de lógica, não significa, todavia, que seja verdadeiro.

Quase todas as mudanças nas bases das sociedades aceitas até aqui não melhoraram as relações humanas, exceto aquelas que trataram das liberdades, como por exemplo, o fim da escravidão, os direitos civis dos negros, a liberdade religiosa e a laicidade dos Estados. As demais produziram mais conflitos do que paz social. É certo que as lutas por essas liberdades também criaram graus de violências que insistem em existir até hoje.

No que diz respeito aos magistrados de nosso país, alguns pensam nestes termos em definição de família: “Família é um agrupamento de pessoas caracterizado por afetividade”[3], declara certa Magistrada brasileira. Já o defensor público Alfredo Homsi, diz que: “A família contemporânea qualifica-se pela diversidade, decorrente da busca pelo afeto e pela felicidade, desvinculando-se do conceito tradicionalista e passando a aceitar sua variedade de constituição, aceitando a existência de todos os filhos de forma igual, superando o entendimento conservador acerca da necessidade do laço consanguíneo para a formação de um núcleo familiar.”[4]

Portanto, está clara a intenção da imposição das mudanças no conceito de família por parte de alguns de nossos magistrados e também de políticos. Não sabemos se isto se constituí um eco dos desejos dos militantes das chamadas “minorias” ou se é verdadeiro anseio por construir um “país melhor, mais digno, mais igualitário”, como ouvimos constantemente nos discursos destes “defensores dos direitos de todos” (todos os incluídos em seus conceitos, óbvio!).

Não sabemos aonde tudo isso vai nos levar, e por dois motivos simples: o primeiro é que a implantação de uma nova cultura não serve de base sustentatória para descrever os desdobramentos que virão na vida da sociedade que a receberá. Ou seja, os resultados de mudanças radicais nas bases de uma sociedade nunca foram benéficos aos seus habitantes. Lembrem-se apenas da destruição social, cultural e histórica causadas pelo período das colonizações no mundo.

O segundo é que, mesmo que se dêem respostas legais e posteriormente transformadas em leis às questões atuais, as mudanças conceituais de família poderão ter consequências exatamente opostas ao esperado. Não temos como saber o que virá. Num país como o Brasil, com o histórico de que “o tiro sai muitas vezes pela culatra”, não temos uma ideia clara dos quadros que se apresentarão diante de nós no futuro. Como o cachorrinho que corre atrás do rabo, iremos sempre trabalhar ciclicamente com nosso histórico “programa de paliativos”, sempre mudando as coisas, mas ficando no mesmo lugar, porque como diz um provérbio antigo:

Não removas os antigos limites que teus pais estabeleceram.
Provérbios 22. 28






Referências Auxiliares

Direito de Família. Disponível em: http://academico.direito-rio.fgv.br/ccmw/images/6/68/DIREITO_DE_FAMILIA_2011-2.pdf.

Evolução Histórica e Legislativa da Família. Disponível em: http://www.emerj.tjrj.jus.br/serieaperfeicoamentodemagistrados/paginas/series/13/volumeI/10anosdocodigocivil_205.pdf

MARIANO, Ana Beatriz Paraná. As mudanças no modelo familiar tradicional e o afeto como pilar de sustentação destas novas entidades familiares. 2010. PDF.

NORONHA & PARRON. A Evolução do Conceito de Família. Maressa Maelly Soares Noronha, Stênio Ferreira Parron. 2012. PDF.



Notas

[1] Carlos de Carvalho. Teólogo e Cientista Social pela Universidade Metodista de São Paulo. Fundador da ONG ABAN Brasil

[2] A História dos Registros do Conhecimento. Disponível em: http://dci.ccsa.ufpb.br/enebd/index.php/enebd/article/viewFile/104/111

[3] Juíza manda registrar criança com nomes da mãe e dos pais adotivo e biológico. Disponível em: http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/juiza-manda-registrar-crianca-com-nomes-da-mae-e-dos-pais-adotivo-e-biologico/

[4] As Novas Famílias Brasileiras. Disponível em: http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/as-novas-familias-brasileiras-que-a-lei-precisa-enxergar/

quarta-feira, 20 de maio de 2015

13 Verdades Inquestionáveis do Antigo Testamento

13 Verdades Inquestionáveis do Antigo Testamento



Desde o ano de 2013 tenho pensado nos termos deste título. Se pudéssemos compilar em frases curtas ou axiomas, quais seriam, em linhas gerais, as principais verdades encontradas na Antiga Aliança, o que encontraríamos?
Sendo assim, descrevi treze destas verdades inquestionáveis que claramente se pode obter da leitura do que erroneamente é chamado de Velho Testamento. Não são as únicas, certamente há diversas, mas estas são tão óbvias, e por isso inquestionáveis.

Um.
Deus não tem substitutos (Deuteronômio 6.4,5)
Esta e a verdade central da Antiga Aliança e das Escrituras hebraicas. Deus é um e único, não há ninguém como Ele, Ele é singular e nada pode ser comparado a Ele. É Criador, mantenedor da vida, Dono do universo, Senhor de tudo.

Dois.
Deus sempre nos permite uma escolha (Deuteronômio 30.19)
Deus, embora Senhor e Soberano, não criou robôs, mas seres humanos à sua imagem e semelhança, e por isso, dotados de vontade e escolha. Ele nos permite escolher até mesmo não crer nEle e não andar em seus caminhos, mas também nos responsabiliza por nossas decisões.

Três.
A Palavra de Deus é a fonte da prudência e do sucesso pessoal (Josué 1.8)
Esta é uma verdade impressionante nas Escrituras antigas. A pessoa tem a condição de trilhar um caminho próspero e correto ao meditar no que Deus deixou como instrução escrita para ela, e, ao agir de acordo com essas instruções, sua vida desfrutará de verdadeiro sucesso. Não são técnicas de sucesso pessoal ou autoajuda, mas prática diária das instruções divinas que traz real prosperidade.
 
Quatro.
O Senhor ouve o clamor do seu povo (2 Crônicas 7.13-15)
Por todos os livros do chamado Antigo Testamento a oração ocupa lugar de destaque. É a oração, o clamor, os pedidos de socorro do povo de Deus que O fazem agir por eles. É a resposta do clamor e da oração que traz de Deus, vitórias sobre os inimigos, ressurreição de mortos, multiplicação de alimentos, milagres, juízos e muito mais. Por toda a Bíblia Deus ouve o clamor de seu povo e responde.

Cinco.
O nosso Deus restitui (Jó 42.10)
Não é somente no livro de Jó que se vê Deus operando a restituição a um homem de seu estado anterior de bênção e paz, mas isso é visto na lei da remissão (Deut.15), na restituição do prejuízo ao próximo (Êxo.22), e é promessa profética para o povo (Joel 2). A restituição é tema comum na Antiga Aliança e aborda muitos aspectos da vida comunitária.

Seis.
Deus é bom (Salmo 103.1-17)
O Senhor é bom e sua misericórdia – que é a manifestação amorosa desta bondade – dura para sempre. É isso que a Antiga Aliança ressalta deste sempre. Mesmo em meio a um mundo cruel e contaminado pelo pecado, mesmo que os seres humanos se degradem entre si em violência e mesmo que a humanidade viva desviada perversamente de Deus, Deus continua sendo bom.

Sete.
Deus nos abençoa (Provérbios 10.22)
A bênção de Deus é outra constante nas Escrituras hebraicas. Ela descreve não somente o número e o conteúdo das mesmas, mas também um estado espiritual no qual se encontra aquele ou aquela que exerce confiança no Senhor. A própria palavra para descrever a paz que vem de Deus “shalom” tem em si mesma inserida a plenitude das bênçãos que dEle procedem.

Oito.
Tudo tem seu tempo determinado (Eclesiastes 3.1)
Nas Bíblia hebraica a ideia do tempo certo, do tempo oportuno e dos acontecimentos que ocorrem nos tempos determinados por Deus é vital para a confiança e esperança do povo de Yahweh. Tudo nas Escrituras antigas tem a ver com o tempo: as coisas criadas, as genealogias, as promessas, as profecias, a restauração da habitação na terra de Israel, o futuro. Tudo absolutamente se relaciona com o tempo.

Nove.
Buscar a Deus tem prazo de validade (Isaías 55.10)
Esta verdade é algo especial no Antigo Testamento. Deus se deixa encontrar pelos homens, espera o arrependimento por parte dos pecadores, dá inúmeras oportunidades de libertação da opressão, perdoa os pecados mais graves, levanta líderes guerreiros para salvar quando necessário e coisas semelhantes. Porém, algo também é certo: quando esses tempos de espera terminam, os juízos são tão reais quanto o Seu perdão e misericórdia.

Dez.
Deus tem normas para quase todas as áreas da vida, até para as relações comerciais (Jeremias 22.13)
Quando o Senhor tirou o povo do Egito não pensava apenas em libertá-los para que vivessem da maneira que quisessem, Ele estava formando uma nação acima de qualquer coisa. Uma nação precisa de leis, de ordem, de preceitos, de normas de conduta, de legislação, de uma constituição, de leis governamentais, de código penal, de líderes, governadores e juízes e de instituições legítimas. Por isso a Lei foi dada a Israel.

Onze.
Cada um dará conta de si mesmo a Deus (Ezequiel 18)
“A alma que pecar esta morrerá”. Esta é a tônica e a forma como o Senhor trata os pecados pessoais. Há os pecados nacionais e internacionais nas Escrituras antigas, mas os pecados pessoais são tratados no foro da pessoa em particular. Cada pessoa dá conta de si mesmo a Deus, isto significa que cada um é responsável por sua parcela de erro e receberá a justa punição por eles.

Doze.
As Escrituras são um guia seguro para a vida (Salmo 119.105)
Tudo na Escritura Sagrada aponta para essa verdade: A Palavra de Deus é suficiente, poderosa, eficaz e capaz de garantir aos que nEle confiam, segurança na vida, direção certa e luz que basta para o caminhar. Mesmo diante das dificuldades e tragédias da vida, esta Palavra é fonte de consolo e abrigo e nos leva para o lugar mais seguro que existe: o esconderijo do Altíssimo.

Treze.
O temor do Senhor é princípio para a manutenção da vida humana (Provérbios 1.7)
“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau”. É assim que estão escritas as últimas palavras no livro do Eclesiastes. Um lembrete final para todos aqueles que querem viver bem nesta terra e também um lembrete para todos os que optarem por buscar a vaidade da vida.


Carlos Carvalho

Teólogo e Pr. Sênior da Comunidade Batista Bíblica

terça-feira, 5 de maio de 2015

Spurgeon quase desistiu

Spurgeon quase desistiu

Spurgeon e sua esposa, Susannah, tinham se casado a menos de um ano. Seus filhos, Charles e Thomas, eram crianças. Depois de três anos na cidade grande, o ministério dele já havia suscitado a inveja de seus adversários, a admiração dos evangélicos, e as críticas da imprensa. Susannah muitas vezes escondeu o jornal da manhã para evitar que Charles lesse suas manchetes.

A noite de 19 de outubro de 1856 iniciou uma época de sofrimento incomum para Spurgeon. Sua popularidade tinha forçado o aumento do aluguel do Surrey Garden Music Hall que mantinha as 12.000 pessoas que se reuniam ali. Dez mil ouvintes ficavam ansiosos do lado de fora do prédio, lutando para ouvir o sermão. Este evento se constituiu numa das maiores multidões que se reuniram para ouvir um pregador dissidente - um regresso aos dias de George Whitefield.

Poucos minutos depois da 06:00, alguém na platéia gritou: "Fogo! As galerias estão queimando! O lugar está caindo!" Um pandemônio se seguiu com uma varanda que desabou. Aqueles que tentavam entrar no prédio bloquearam a saída daqueles que lutavam para escapar. Spurgeon tentou acalmar o tumulto, mas sem sucesso. Seu texto para o dia foi Provérbios 3:33 , "A maldição do Senhor habita na casa do perverso" - um verso que ele nunca iria pregar novamente.

Spurgeon quase perdeu a consciência. Ele foi levado às pressas a partir da plataforma e "foi levado para casa mais morto do que vivo." Depois que a multidão se dissipou, sete cadáveres estavam deitados na grama. Vinte e oito pessoas ficaram gravemente feridas.

A depressão que resultou desta catástrofe deixou Spurgeon prostrado por dias. "Mesmo a visão da Bíblia trazia a mim uma enxurrada de lágrimas e distração absoluta de espírito." Os jornais acrescentaram à sua deterioração emocional: "Senhor. Spurgeon é um pregador que arremessa condenação para as cabeças de seus ouvintes pecaminosos. . . um charlatão delirante". Por todas as contas, parecia que seu ministério estava acabado. "Pode muito bem parecer que o ministério que prometia ser tão amplamente influente", disse Spurgeon, "foi silenciado para sempre."

A Alegria Radical

Quando Spurgeon subiu ao púlpito em 2 de novembro, duas semanas mais tarde, ele abriu com uma oração. "Estamos reunidos aqui, ó Senhor, neste dia, com um misto de alegria e tristeza. . . . Teu servo temia que ele nunca fosse capaz de atender a essa congregação de novo."

Embora ele nunca iria se recuperar totalmente desse desastre, o ministério de Spurgeon não terminou em 19 de outubro de 1856. Mais tarde, ele disse: "Eu tenho ido aos próprios fundamentos dos montes, como alguns de vocês sabem, em uma noite que nunca pode ser apagado da minha memória. . . mas, tanto quanto o meu testemunho é dado, eu posso dizer que o Senhor é capaz de salvar perfeitamente e mesmo na última extremidade, e ele tem sido um Deus bom para mim."

A alegria de Spurgeon foi baseada não só na sua própria capacidade de se recuperar, mas na capacidade de Deus para restaurá-lo. Foi uma alegria como bálsamo para Spurgeon em futuras controvérsias quando sentiu acuado e perplexo. A alegria que Spurgeon teve depois de 1856 foi uma alegria radical - uma alegria profundamente enraizada no solo da supremacia de Deus, que foi bom e grande o suficiente para fazer com que coisas boas advenham até do mal. Como José disse a seus irmãos: "Vocês pretendiam me prejudicar, mas Deus tornou em bem para realizar o que está sendo feito agora, a salvação de muitas vidas" (Gênesis 50:20 ).

O mesmo Deus que chamou Spurgeon a Londres não o abandonaria nas margens do Rio Tamisa. Pelo contrário, Deus usou este evento horrível em sua vida para salvar a vida de inúmeros outros, para a imprensa negativa amplamente divulgado colocar pregação do jovem pastor no radar da Inglaterra - e, eventualmente, no mundo.

A argila é que seja vista

Em 31 de janeiro de 1892, às 23:05, 36 anos após o incêndio - Spurgeon entrou em coma do qual não acordou. Durante o último ano de sua vida, ele tinha sido muito incentivado pela unidade que ele viu demonstrado nas diversas expressões da igreja. "Durante o ano passado eu fui levado a ver que não há mais amor e unidade entre o povo de Deus do que geralmente se acredita."

Seus primeiros sermões foram preenchidos com uma paixão pela unidade e cooperação cristã, mas no último mês de sua vida, essas sementes tinham florescido totalmente. "Quando nosso Senhor orou para que sua igreja fosse uma, sua prece foi atendida, e os seus verdadeiros discípulos, são agora mesmo, em espírito e em verdade, um nele. Seus diferentes modos de culto externo são como os sulcos de um campo; o campo é, no entanto, um por causa das marcas do arado."

Depois de sua morte, um telégrafo anunciou ao mundo a morte de Spurgeon. Os evangélicos de diferentes tradições teológicas enviaram suas condolências à Susannah. Um estudioso observou: "Se todas as cabeças coroadas da Europa tivessem morrido naquela noite, o evento não seria tão importante como a morte deste homem." Ao menos 100.000 pessoas passaram pelo caixão de Spurgeon no Norwood Cemetery.

Os mesmos jornais que uma vez que tinham infligido tanto dano ao ministério do jovem pregador agora ofereciam reconhecimento de uma vida bem vivida pelos outros. No ano seguinte à morte de Spurgeon, uma nova biografia dele vinha à tona a cada mês. Alguns estavam cheios de conversas inéditas com o pregador; outros continham cartas e memórias de encontros pessoais e episódios. E, no entanto, para o pequeno grupo de amigos a quem Spurgeon falou sobre o Dia de Ano Novo de 1891, as palavras de seu pastor devem ter, sem dúvida, lhes seguido pelo resto de suas vidas:

“Tem que acontecer que, quando a história da nossa vida está escrito, quem lê não vai pensar em nós como "autônomos", mas como uma obra de Deus, em quem a sua graça é ampliada. Não ver homens, mas a argila e a mão do Oleiro. Uns disseram: ‘Ele é um ótimo pregador’, mas outros disseram: ‘Nós nunca notamos como ele prega, mas sentimos como Deus é grande’. Desejamos que toda a nossa vida seja um sacrifício, um altar de incenso que fumega continuamente com perfume suave ao Altíssimo. Oh, sejamos levados ao longo do ano nas asas do louvor a Deus, ao monte de ano a ano, e aumentar a cada subida uma música mais nobre e ainda mais humilde ao Deus da nossa vida! A visão de uma vida de louvor nunca vai acabar, mas continua por toda a eternidade. De salmo a salmo, de aleluia a aleluia, nós vamos subir ao monte do Senhor; até que cheguemos no Santo dos Santos, onde, com os rostos velados, que nos curvemos da Majestade Divina na felicidade de adoração sem fim.”


Extraído de:
http://www.desiringgod.org

Bp. Carlos Carvalho
Casa de Sabedoria
Comunidade Batista Bíblica

segunda-feira, 4 de maio de 2015

As Bênçãos da Comunhão - esboço da mensagem

CBB
Tempo de Colheita – Tempo de Amar – Tempo de Ir em Direção ao Outro – Tempo de Pensar Menos em Si Mesmo – Tempo de Comunhão



COMUNHÃO

1 Coríntios 1.10
Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que todos faleis a mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; mas que sejais inteiramente unidos na mesma disposição mental e no mesmo parecer.


QUAIS OS BENEFÍCIOS REAIS DA COMUNHÃO?


Filipenses 2
PORTANTO, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões,
Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.
Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.
Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,


Hoje destacaremos os benefícios reais da comunhão nos dois níveis que já temos apresentado até aqui: 1) Comunhão com Deus e 2) Comunhão com o irmão. Inicialmente veremos que a comunhão é a base fundamental do relacionamento entre os santos. É isso que se vê no versículo da carta aos filipenses.

Essa consolação em Cristo, essa exortação em amor, essa comunhão com o Espírito Santo e os afetos profundos de compaixão que agem nos crentes sinceros são a verdadeira manifestação da comunhão da qual estamos falando. Comunhão procede de um coração transformado por Jesus e habitado pelo Espírito de Deus. Vejamos quais os benefícios da comunhão.

Primeiro - A comunhão gera unidade plena (no pensamento, no amor, na alma e nos sentimentos (v.2). As bênçãos de Deus não são somente materiais, financeiras ou físicas, mas também espirituais, emocionais e comunitárias. A unidade gerada pela comunhão é uma bênçãos para a igreja como corpo. Sem essa unidade a igreja local pode ser completamente destruída.

Segundo - A comunhão modifica nossas atitudes (v.3). As atitudes dos cristãos transformados e que compreendem o significado da comunhão são radicalmente modificadas na direção do outro. A palavra chave para essas atitudes é humildade. O humilde vê na comunhão a oportunidade de exercitar atos espirituais que quebram a força do orgulho próprio negativo.

Terceiro - A comunhão nos faz enxergar o outro (v.4). Numa sociedade cada dia mais individualista, onde os direitos pessoais imperam com certa violência, a comunhão nos faz olhar em outra direção. Ver o outro, prestar atenção na necessidade do outro, é o caminho traçado pela comunhão. Note que é exatamente aqui, que ao menos entre os cristãos, nasce a solidariedade.

Quarto - A comunhão nos faz semelhantes a Jesus (v.5). Ao chegar a este ponto, fica patente que quando optamos por viver em comunhão com Deus e essa comunhão desemboca na direção do irmão e do próximo, nos tornamos mais parecidos co Jesus. O sentimento que estava em Cristo descrito pelos versículos posteriores era o de auto-sacrifício, e este lhe concedeu a honra suprema dada pelo Pai.


A comunhão é vontade de Deus para seu povo.


Bp. Carlos Carvalho
CBB, domingo, 3 de maio de 2015