quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O Nosso Deus


O NOSSO DEUS



Ele é o Deus da criação


O Deus criador do mundo e do ser humano.


Ele é o Deus da vida e Deus da morte.


Ele é o Deus da alegria e o Deus presente na angústia.


É o Deus de beleza infinita, mas também o Deus que se oculta.


Ele é o Deus do Salmo 91 e o Deus do Eclesiastes.


Ele é o Deus da vida abundante e o Deus que consola nos dias de tribulação.


É o Deus de toda a riqueza e Aquele que não desampara os pobres.


É o Deus dos santos e sadios, mas também o Deus dos doentes e dos desesperados.


É o Deus Altíssimo e elevado, mas também Aquele que habita com os humildes de coração.


Ele é o Deus justo e do juízo e o Deus da graça e do amor.


Ele é Deus da Escritura e o Deus que se revela em nosso espírito.


Este é o nosso Deus, o Deus do princípio, do começo e o Deus do fim. O Alfa e o Ômega.


A Ele todo louvor, toda glória e toda a exaltação, para todo o sempre, amem!




Bp. Carlos Carvalho

28 de dezembro de 2016

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Aproveitamento do Tempo - Série Vencendo a Crise


APROVEITAMENTO DO TEMPO
Série Vencendo a Crise


O que lavra a sua terra se fartará de pão; mas o que segue os ociosos é falto de juízo.
Provérbios 12.11


Duas são as palavras mais importantes neste versículo: LAVRAR e OCIOSOS. São antagônicas entre si, ou seja, não é possível que uma pessoa compreenda a importância do trabalho contínuo e do empenho que são necessários para produzir frutos e resultados, e, ao mesmo tempo, se tornar alguém ocioso, que não sabe aproveitar o tempo que possui para aprender e aprimorar suas qualidades e conhecimentos, ao contrário, usar deste tempo para amenidades, diversão ou frivolidades da vida que apenas trarão prejuízos a médio e longo prazo.

A falta de “juízo” é o mesmo que falta de discernimento, falta de percepção, insensatez e coisas semelhantes. Se uma pessoa deseja de fato vencer os períodos de crises que sazonalmente acontecem na vida será exigido dela muito mais disposição e trabalho duro para alcançar a vitória esperada. A ociosidade benéfica, a meu ver, apenas se dá em três situações bem claras, uma, no período de férias anual para o merecido descanso físico, outra, a fim de encontrar respostas e solução de problemas, e por último, com o objetivo de iniciar processos de criação nas áreas que disso necessitam.

Porém, a ociosidade que o escritor deste texto se refere não é àquela a qual me referi, mas uma ociosidade prejudicial – que infelizmente vemos cada vez mais hoje em dia – que por fim anulará as condições favoráveis e as oportunidades de uma pessoa nas áreas mais importantes de sua vida. Se considerarmos o texto como os antigos faziam, onde a frase negativa é o oposto direto da frase positiva, então teremos que concluir que a ociosidade dita aqui é o mesmo que não ter o sustento necessário ou não haverá mais condições de ter o sagrado “pão de cada dia”.

Para se vencer qualquer período difícil em nossa vida profissional e empresarial teremos que contar com alguns conhecimentos que não são mais segredos para ninguém, como:

·         Trabalho duro, ou seja, trabalhar um pouco mais do esperado nestes períodos.
·         Aproveitamento do tempo, sem distrações.
·         Criatividade.
·         Fé e esperança.
·         E discernimento para compreender o tempo no qual está inserido, tanto na vida particular como do ambiente político e social.

É isso! Não é uma fórmula. Não é mágica. Avante!


Bp. Carlos Carvalho
21 de dezembro de 2016

terça-feira, 29 de novembro de 2016

O Preço Justo - vencendo a crise


O PREÇO JUSTO
Série Vencendo a Crise


Balança enganosa é abominação para o SENHOR, mas o peso justo é o seu prazer.
Provérbios 11.1


O que uma crise financeira macro tem a ver com o preço justo dos produtos? Tudo! Grande parte dos empresários e negociantes não trata dignamente a questão da valorização e do cálculo para precificar seus produtos. Mesmo que particularmente considerem sua marca ou produto como importante, que a margem de seu lucro é a correta ou que o custo-benefício relacionado com a produção e logística justifique o valor praticado, nem tudo é uma questão somente técnica.

A precificação de um produto leva muito mais em conta do que somente os valores inseridos em sua cadeia produtiva, também são necessários uma pesquisa de mercado, verificar a demanda, compreender os riscos a longo e médio prazo do produto ficar em estoque pela demora na venda e etc. Porém, a meu ver, o mais importante é que o preço precisa ser justo de fato e não somente uma confluência de números.

O texto de Provérbios nos indica a preocupação correta e necessária com o produto e com a venda dele na ponta que chega a quem o consumirá. Preço justo ou balança justa fala de uma integridade naquilo que estamos apresentando como algo útil e bom. Tem a ver com vender exatamente o que anunciamos e ter o peso exato impresso no recipiente. Balança justa é dar o preço correto, sem usarmos a esperteza para extrair mais do que de fato a coisa vale.

Balança enganosa é a esperteza de negociantes que esperam levar vantagem em tudo, que mentem para vender, que escondem os problemas e os danos dos produtos, que declaram que fizeram melhorias sem nunca as terem feito, que anunciam valores muito acima do esperado e que esperam lucrar com percentuais mais do que seria o normal, como 200, 300, 400 e 1000%, por pura ganância.

A crise que vivemos em nossos dias não é fruto somente de engodo político e corrupção estatal ou partidária, mas também de ganância, de mentiras corporativas, de preços abusivos, de propagandas enganosas, de descontos inexistentes, de produtos de péssima qualidade vendidos como os melhores e assim por diante. A usura maligna, a ganância exacerbada, os lucros exorbitantes e o amor desenfreado ao dinheiro estão na base que subjaz a crise que enfrentamos.

As únicas saídas já as conhecemos: humildade, preço justo, venda correta, eliminação da corrupção endêmica em nossa nação, o resgate da moral e da ética cristã nos negócios – até mesmo entre os ditos cristãos que praticam as mesmas coisas horrendas – não comprar nada até que o preço se ajuste, fazer pesquisa de preços, deixar de ter se necessário para não enriquecer gananciosos e coisas parecidas a estas que integram o que chamo de justo comércio.

Sair de uma crise também é uma questão de consciência. Avante!


Bp. Carlos Carvalho
29 de novembro de 2016


terça-feira, 22 de novembro de 2016

Trabalho ou Diversão? eis a questão!


TRABALHO OU DIVERSÃO? EIS A QUESTÃO!
Série Vendendo a Crise


O que trabalha com mão displicente empobrece, mas a mão dos diligentes enriquece.
O que ajunta no verão é filho ajuizado, mas o que dorme na sega é filho que envergonha
Provérbios 10.4,5


Este texto de Provérbios 10 tem duas figuras que se antagonizam. O livro de Provérbio está repleto destas alusões que mostram os extremos ou opostos da natureza humana com o objetivo de dar lições importantes para os leitores. Estas lições são chamadas de sabedoria.

Temos aqui a figura, no primeiro versículo, da pessoa que trabalha, porém, há o que trabalha com diligência, com afinco, com foco e determinação, e há o que trabalha apenas por trabalhar, para cumprir um papel e horário, somente para “ter o salário no fim do mês”. O escritor do provérbio nos diz que, mesmo que ambos trabalhem – o que é esperado de todos – o resultado depende da motivação.

Empobrecer ou enriquecer, no caso em estudo, é uma questão da maneira como trabalhamos e somos motivados a trabalhar. Aquele que trabalha sem propósito e sem razões mais “nobres”, normalmente leva uma vida mediana, sem grandes conquistas e cômoda com o mínimo que alcançou. Não que isso seja de todo ruim, mas o comodismo sempre é prejudicial. Devemos estar contentes com o que já conquistamos, mas não desejar crescer mais quando ainda há espaço para o crescimento é igualmente ruim, até para a nossa próxima geração.

A outra figura é a do que trabalha com o futuro em mente – colhe e guarda no verão por causa da rigidez do inverno que virá – e há o que ao invés de estar trabalhando com esta finalidade, usa seu tempo para dormir, ou seja, para realizar outras coisas e atividades que não lhe trarão resultados benéficos amanhã. Todos conhecemos gente assim: jovens ou adultos que perdem tempo precioso com atividades e entretenimentos que só servem para destruir sua capacidade de ganho e corroer o pouco de recursos que possuem. Gente que jamais pensa no amanhã. Vive apenas o momento.

Mais uma vez, não que todas essas coisas sejam más em si mesmas, porém, resguardando os poucos momentos de diversão que temos nossa vida e nossos recursos financeiros não devem ser gastos para promover estas coisas, como se elas fossem a finalidade pela qual trabalhamos. Não devemos ser pessoas que “vivem para trabalhar” e “trabalham para comer”, mas também não devemos ser pessoas que utilizam o fruto de seu trabalho para a diversão e o entretenimento.

Tudo tem o seu lugar e precisamos ter equilíbrio. Avante!

Bispo Carlos Carvalho

22 de novembro de 2016

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A Lição da Formiga


A LIÇÃO DA FORMIGA
Série Vencendo a Crise


Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê sábio. Pois ela, não tendo chefe, nem guarda, nem dominador, Prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento.
Provérbios 6.6-8


OBVIAMENTE minha intenção não é a de chamar nenhum de meus leitores(as) de preguiçoso(a), tampouco de ferir os sentimentos de ninguém que está passando por momentos difíceis de crise financeira ou trabalhista com palavras duras ou insensíveis. Quero, sim, mostrar a sabedoria bíblica ao se referir a este pequeno animal como exemplo de trabalho.

O texto nos diz que olhar para as formigas nos fará sábios. Como pode ser isto? Observando a organização do formigueiro. Ele é uma das obras mais fantásticas do Criador. Não é um ambiente de dominação, nem precisa de segurança contra possíveis furtos corporativos, não precisa de líderes, de chefes de setores ou de encarregados. Também não precisa de cartão de ponto e coisas afins. Um formigueiro é um sistema perfeito de integração e trabalho.

Mas, para onde o autor do texto deseja que olhemos? Para o tipo de trabalho que a formiga realiza. Ela trabalha incessantemente nos períodos propícios com a finalidade de poupar e guardar para os tempos difíceis. Este é o segredo! Se todos nós tivéssemos o mesmo pensamento e agíssemos como a formiga, certamente a maioria de nós sentiria muito pouco os efeitos de qualquer crise.

Esta lição não pode ser esquecida por nenhum de nós. Mesmo vivendo em meio a crises, podemos poupar o máximo que pudermos e quando as coisas estiverem bem, devemos poupar mais ainda. Nunca é tarde para executar esta lição. Avante!


Bispo Carlos Carvalho

17 de novembro de 2016

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Foco & Direção - série Vencendo a Crise


FOCO & DIREÇÃO
Série Vencendo a Crise


Os teus olhos olhem para a frente, e as tuas pálpebras olhem direto diante de ti.
Provérbios 4.25


Qualquer pessoa que tomou algum tipo de treinamento, fez algum curso de gestão ou administração ou participou de alguma palestra na área comercial e de vendas já ouviu sobre foco e direcionamento. Estas duas palavrinhas são carregadas de sentido e propósito para quem deseja ser bem sucedido naquilo que faz.

Direção, diz respeito ao caminho que se sabe que se deve trilhar, fala indiretamente que as decisões serão tomadas com o processo escolhido em mente e que não se deve desviar da rota, por mais difícil e íngreme que ela seja. Quem tem a direção, conhece a rota.

Foco, diz respeito a uma visão definida e a fidelidade que ela merece, fala de não se dar atenções indevidas a outras coisas que possam atrapalhar a caminhada pretendida, da certeza que a direção tomada foi a melhor e que vai se manter nela não importando o preço a pagar, pois ter foco nos faz saber que o que se espera virá mesmo quando as coisas ao redor – incluindo os períodos de crises – digam o contrário.

Como adquirimos foco e direção? Lendo, meditando nas questões antecipadamente, fazendo planos, percebendo o entorno, visualizando as possibilidades, tomando decisões, ouvindo muito, analisando e interpretando o momento histórico que se vive e orando para receber a sabedoria necessária.

Portanto, não espere, aja agora!


Bp. Carlos Carvalho

7 de novembro de 2016

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A Sabedoria Divina - todo o conselho de Deus


A SABEDORIA DIVINA
Todo o conselho de Deus

Aprendemos a sabedoria divina pela leitura correta das Escrituras Sagradas. Eis um exemplo mais sintetizado de como Deus compilou o conhecimento de seu Ser, de sua Palavra, de sua vontade e de seus conselhos para seu povo na Bíblia.

Como podemos conhecer o Deus criador, sua moral, sua ética, suas ações e vontade? A resposta está na leitura de Gênesis à Malaquias (a Torá, os Salmos e os Profetas).

Como podemos conhecer a sabedoria prática para a nossa vida pessoal e profissional? Lendo os livros de Provérbios e Eclesiastes;

Como podemos conhecer o Cristo de Deus, seus ensinos que devem ser lembrados continuamente, sua vida e seu propósito em vir ao mundo? A resposta está na leitura dos Evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João.

Como saberemos que igreja Cristo tinha a intenção de gerar, sua história e de onde ela veio? A resposta está na leitura do livro dos Atos dos Apóstolos.

Como podemos conhecer a relação entre a Igreja de Cristo e a nação de Israel? Lendo a carta aos Romanos.

Como podemos compreender como se viver a vida diária a partir da Nova Aliança que Deus nos deu em Jesus Cristo? Lendo as cartas de Paulo, Pedro, Judas e João.

Como sabemos qual a nossa relação com a Lei cerimonial da Antiga Aliança, com o sacerdócio judaico e o Tabernáculo? A resposta está na leitura da carta aos Hebreus.

Como podemos saber qual a nossa relação entre as obras e a fé? Lendo a carta de Tiago.

Como devemos crer e perceber o futuro do mundo, da História e da Igreja de Jesus? Lendo o Apocalipse.

Em sua sabedoria, Deus dispôs assim a maneira mais plena para os cristãos conhecerem o que é preciso e necessário a fim de se viver uma vida agradável a Ele e no centro de sua vontade.

Bp. Carlos Carvalho

Tabernáculos, 30 de outubro de 2016

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Adquira a Sabedoria - Vencendo a crise.


Adquira a Sabedoria
Série Vencendo a Crise


A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento. Exalta-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará.
Provérbios 4.7,8

Se há uma coisa mais valiosa do que qualquer outra que podemos comprar ou adquirir na vida, certamente a sabedoria é a principal. No livro de Provérbios a sabedoria não é uma coisa mística ou sobrenatural (embora sua personificação seja descrita assim), mas algo de fato concreto, apreensível e absorvido para a prática da vida no dia a dia.

A sabedoria, portanto, se refere ao conhecimento, à instrução, ao estudo especializado, à formação profissional ou acadêmica. Também refere-se ao bom conselho que se dá ou se recebe, ao compreender o tempo correto para empreender ou não, ao discernimento sobre motivações e intenções dos que nos cercam e a prudência para realizar todas coisas adequadamente.

A sabedoria, neste caso, pode ser “comprada”, ou seja, podemos usar tudo que temos à nossa disposição para adquiri-la. Talvez seja necessário que você faça uma atualização ou reciclagem de seu conhecimento, pode ser que precise fazer um curso diferente da profissão que tenha hoje ou talvez seja necessário agregar valor à sua arte ou trabalho.Avante!

Carlos Carvalho
28 de outubro de 2016


domingo, 21 de agosto de 2016

Permanecer em Deus




"Que Deus seja tua morada, e tu seja a morada de Deus. Permanece em Deus, para que Deus permaneça em ti. Deus permanece em ti para te sustentar. Tu permaneces em Deus para não caíres."
Agostinho de Hipona
Sobre a Graça

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

MANDAMENTO é uma obrigação, não uma ESCOLHA! (texto de maio)


MANDAMENTO É UMA OBRIGAÇÃO, NÃO UMA ESCOLHA!


Num mundo onde a busca extremada por “direitos” toma conta da mente e da militância das pessoas, as obrigações e os deveres que elas possuem não são considerados como um efeito igual do outro lado, ou seja, parece que todos desejam seus direitos, porém, não lidam bem com suas obrigações e deveres. Sutilmente, esse fenômeno tem reflexos na igreja de Deus, onde muitos dos atuais cristãos lutam por direitos de decidir no que crer, por direito de alterar a hierarquia interna das comunidades locais e pelo direito de viver como sua consciência manda, mas não assumem os deveres e obrigações advindas da Escritura em forma dos mandamentos de Deus para suas vidas, como a santificação, a obediência e a vida devocional.

Qual a definição de mandamento? Duas, de maneira bem simples: 1) ação ou efeito de mandar; mandado, mando e 2) ordem dada por pessoa que manda, que tem autoridade para mandar; mandado. Num mandamento não há a possibilidade de escolha por parte daquele ou daquela que recebe a ordem. Em outras palavras, não há espaços previstos para a desobediência de quem quer que seja na intenção da ordem dada por quem a deu. Um mandamento pode ser até questionado, porém, não pode ser desobedecido, sob pena de punição. Um mandamento igualmente pode ser desobedecido, no entanto, quem o faz, tem a consciência das consequências de seu ato. Nenhuma desobediência ao mandamento fica sem a devida punição. Esses são os conceitos bíblicos sobre o caso.

Ainda que alguns cristãos não sejam impedidos de se rebelar contra os mandamentos do Senhor, os mesmos jamais podem esperar benevolência dEle quando o julgamento por seus atos vier. A vontade humana morta e a carnalidade de alguns crentes podem iludi-los a imaginar que tomarão decisões graves contra a vontade de Deus e, ao final, ou antes disso, serão rigorosamente punidos por atraírem a si mesmos as conseqüências de suas ações. Uma grande quantidade de textos poderiam ser usados para fundamentar esses pontos no Novo Testamento e a própria história de Israel no Antigo Testamento, mas tomemos como exemplo apenas isso:

Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;
O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber:
A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção;
Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade;
Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego;
Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego;
Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas
Romanos 2:5-11

E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder,
Com labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo;
Os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, longe da face do Senhor e da glória do seu poder,
2 Tessalonicenses 1:7-9

Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.
Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores.
Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.
Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei.
Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade.
Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo
Tiago 2:8-13

Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos.
Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados.
1 João 5:2


Carlos Carvalho
Teólogo, Cientista Social, Escritor e Bispo da Igreja da Cidade CBB


ESTUPRO COLETIVO - Como uma nação em formação resolveu um caso de estupro coletivo (texto de maio)


ESTUPRO COLETIVO
Como uma nação em formação resolveu um caso de estupro coletivo

Juízes 19 - 21

Deixem-me contar um fato da antiguidade da nação de Israel, quando ela ainda estava em formação, lá pelo século XI a. C.. O texto acima é bem longo, por isso o descrevo em forma mais sucinta.

Certo sacerdote hebreu casou-se com uma concubina[1], após certo tempo, ela passou a rejeitá-lo e o abandonou, voltando para a casa de seu pai. Ele passou a nutrir sentimentos fortes por ela e decidiu viajar à casa do sogro para tentar reatar seu relacionamento com ela. Sua empreitada foi feliz, conseguindo que a mulher reatasse consigo, ele quis voltar logo a sua terra natal. Seu sogro insistiu com ele por vários dias e segurou-o em sua companhia o máximo que pode.

Não havendo mais motivos para permanecer por ali, partiu com sua comitiva de volta para sua casa, nesta, ia ele, seu servo, sua concubina e animais com provisão. Chegaram muito tarde do dia em certa cidade e, não querendo andar mais temendo perigos, esperou na praça por alguém que lhe desse abrigo. Um senhor de idade avançada lhe forneceu a casa e com ele, ambos se alegraram aquela noite em meio a conversas e vinho.

Homens malignos e criminosos cercaram a casa e quiseram fazer mal ao sacerdote forasteiro, porém o anfitrião não permitiu e tomou a concubina do homem e a ofereceu aos de fora da casa[2]. Eles a estupraram durante toda a noite até ao amanhecer, quando a deixaram, e ela se arrastou até a porta do ancião, vindo a morrer com as mãos estendidas para a porta. O sacerdote sai e a chama para seguirem caminho, mas ela não responde. Ele a toma, põe sobre o jumento e a leva por todo o caminho até que chegue em sua casa.

Em casa, ele não a enterra, porém, a desmembra em doze pedaços e envia estas partes a cada tribo que compunha a nação em formação, pedindo que as mesmas falem e tomem providências contra esse ato tão vil perpetrado por integrantes de uma das tribos principais. Quatrocentos mil homens guerreiros se apresentaram diante dele em conselho para decidir o que seria feito. As palavras do texto para se referir ao estupro coletivo são: maldade; violação; vergonha e loucura.

As tribos enviaram notícia à tribo da qual os homens malignos pertenciam e pediram que ela os enviasse para que fossem castigados pela Lei de Talião[3]. A tribo não quis entregar os homens, ao contrário, juntou vinte e cinco mil soldados e foram à guerra naquele dia. Todos os vinte e cinco mil homens defensores dos malignos morrerem em batalha. Eram homens valentes e bons, porém, em nome da unidade de sua tribo, pereceram por defender o indefensável.

Aqui vai meu entendimento: Como aquele homem e aquela nação resolveram o caso de estupro coletivo que culminou na morte de uma mulher? Primeiro, o homem não executou por conta própria sua vingança pessoal, segundo, ele notificou a toda a sociedade o ocorrido e pediu justiça, terceiro, toda a sociedade foi chamada à responsabilidade de uma decisão coletiva, quarto, a sociedade toda decidiu por uma punição adequada para a época, quinto, os criminosos foram punidos e não as vítimas, e sexto, os que se insurgiram contra a decisão democrática da maioria também foram punidos.

Resguardadas as devidas proporções e cuidados, precisamos de mais convicção e dureza em nosso trato dos crimes hediondos e contra a vida em nossa amada terra!


Carlos Carvalho
Bispo, Teólogo e Cientista Social
29 de maio de 2016






[1] O concubinato era uma prática comum da antiguidade e, ainda nos dias atuais, em várias regiões do mundo é aceito.

 [2] Outra coisa extremamente importante naqueles dias era a questão de alguém ser anfitrião de outrem. O ancião ofereceu sua filha e a mulher do sacerdote para que os homens da casa fossem protegidos. Nada pode justificar tal ato, porém, no desespero de proteger seu convidado, viu como única saída fazer o que fez. Este ancião, tanto quanto o sacerdote erraram em não proteger a todos, mesmo que suas vidas estivessem em risco.

[3] A Lei de Talião advogava o famoso “olho por olho, dente por dente”.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Perigos no treinamento de futuros pastores


3 perigos no treinamento de futuros pastores

Treinar a próxima geração de pastores é crucial para toda geração que deseja ver a continuação de igrejas saudáveis no futuro. Esse treinamento geralmente começa com jovens rapazes em uma congregação, geralmente em idade universitária, que têm demonstrado caráter e dons que os qualificariam para o ministério pastoral. É essencial encorajar esses jovens rapazes, pois também existem valiosos aspectos que eu venho constatado e abordado à medida que eu os equipo para o futuro e cuido de suas almas. Aqui estão algumas tendências eu tenho visto em meio a jovens rapazes que desejam ser pastores:

1. Pressa exagerada

Em função da explosão no movimento de plantação de igrejas dentro da cultura cristã, jovens rapazes frequentemente acabam não precisando passar pelos percursos que as gerações passadas passaram. A antiga noção de que você precisa mostrar do que é capaz é atualmente estranha para alguém de 22 anos que há um mês se graduou na faculdade e agora crê estar pronto para ser um plantador de igreja e pastor titular. O aumento de aulas de seminário online expõe indivíduos mais rapidamente à educação teológica formal sem nem mesmo possuir alguma experiência em liderança eclesiástica. O desejo de pregar imediatamente ao invés de se assentar aos pés de um pregador como aprendiz desenvolveu uma atitude de impaciência, de empoderamento, e a crença de que tal indivíduo sabe melhor e faz melhor do que o atual líder da igreja local.

A verdade é que liderar uma igreja local como responsável é bem diferente do que se assentar por um tempo teorizando como igreja deveria realmente funcionar. Pregar um sermão e receber uma avaliação positiva de um orgulhoso e encorajante grupo de amigos e familiares é bem diferente do que preparar uma mensagem toda semana, independente de quaisquer circunstâncias que ocorram na sua vida. Esses jovens rapazes nunca lideraram um ministério numa igreja, mas ainda assim crêem que estão prontos a ocupar a primeira cadeira. Isso seria equivalente ao técnico assistente do Ferroviário Atlético Clube pensar que está pronto para ser o técnico principal do Barcelona. Por alguma razão, a igreja local é o único lugar onde as pessoas realmente têm a coragem de pensar que elas já podem liderar nesse nível mais alto sem qualquer experiência.

Como alguém guia um jovem que crê estar pronto a assumir esse nível de responsabilidade e liderança antes dele ter qualquer outra experiência real de vida? Eu creio que isso começa ao ensinar jovens sob sua liderança a ouvir atentamente os susurros à sua volta após a sua pregação. Seja encorajado, sim. Todavia, uma pessoa mais velha numa congregação estará geralmente bem animada e positiva a respeito de qualquer pessoa mais jovem a qual foi dada a oportunidade de falar. Isso não quer dizer que ele é o próximo John Piper e pronto a suprir o púlpito semanalmente.

Deixe que um líder mais jovem esteja à sua volta como pastor, observando as coisas que você faz, as decisões que você toma, as pessoas que você se encontra, e as horas você tem que investir efetivamente em ministério. Isso é bem maior do que um sermão da internet ou debate teológico. Não tema dizer a alguém que ele precisa freiar a vida um pouco, assentar-se sob o seu ensino por um tempo e liderar ministérios na igreja sem assumir a primeira cadeira. É útil também desenhar um plano de treinamento para o seu jovem líder, demonstrando a ele seu comprometimentocom seu desenvolvimento.

2. Exposição exagerada às indústria e subcultura cristãs

Isso pode ser problemático, pois tal coisa permite que indivíduos sejam seduzidos por celebridades cristãs. Jovens rapazes frequentemente imitam os pregadores que lhes são expostos, e ficam mais a par com o que está acontecendo numa igreja localizada há cinco estados de distância do que numa igreja localizada em sua própria cidade. Isso tem se tornado muito complicado num mundo acessível onde hoje nos encontramos sujeitos a acessos online instantâneos.

Uma determinada igreja local em outra região do país se torna um tipo de utopia para líderes de igreja porque eles não percebem que os mesmos problemas e conflitos que alguém vê na sua própria igreja também estão ocorrendo naquela notável igreja. Cobiça ministerial começa a acontecer, e a avareza vai se infiltrando, desenvolvendo-se em falta de apreciação por sua própria igreja local. Do mesmo modo que alguém olha no Instagram do amigo e, vendo apenas o aspecto exterior das fotos, deseja a mesma vida, alguém anseando pelo pastorado que é exageradamente exposto à cultura cristã pode ser algo perigoso. Esses jovens são muito vulneráveis à mentalidade da “grama mais verde do vizinho”, a qual frequentemente resulta em termos reduzidos de serviço.

Para treinar através dessa realidade, o pastor deve ser honesto sobre a vida real. Aquela famosa igreja não explodiu de um dia para o outro. Suor, lágrimas, oração, jejum, extremo trabalho duro e o mais importante, a obra de Deus foram derramados em qualquer igreja que alcançou a estrutura que agora experimenta. Eu informo os nossos jovens que nenhum dos seus amigos perdidos em nossa cidade ouviu o seu pregador preferido da internet, ou se importa sobre o último livro que acabou de ser lançado, ou quem está falando na última conferência. Eu os pergunto mais questões a respeito dos não-cristãos que eles passam tempo juntos do que sobre o último livro que eles estão lendo. Eu quero prepará-los para ser missionários locais mais do que eu desejo vê-los ficando atualizados com um cristianismo “pop”.

3. Expectativas Não-Realísticas

Novamente, esse mundo raso cria problemas para futuros pastores à medida que eles aguardam a sua vez. A maioria das plantações de igreja nunca experimentam crescimento maior do que 100 pessoas, mas isso de modo algum indica que a igreja foi ou não é bem sucedida. Ninguém quer falar a respeito do como crescimento acontece em muitas das igrejas consideradas bem sucedidas e recebem a atenção de muitos jovens rapazes. Crescer uma igreja alcançando o perdido em sua cidade é um processo. Isso pode levar uma vida toda para conseguir ver algum resultado do trabalho. Eu tenho pena de quem é ingênuo o bastante para pensar que ele inaugurará uma igreja amanhã e se tornará um pastor de uma mega-igreja de um dia para o outro, ou algo semelhante.

No treinamento, eu creio que devemos perguntar questões a respeito de corações e motivos regularmente, e não ter reservas ao fazê-lo, pois expectativas devem ser mantidas sem visão e ambição ser desencorajada. Eu quero ver jovens rapazes animados e sonhando grandes sonhos sobre as igrejas locais em suas igrejas, porém nós preparamos jovens para o desencorajamento caso os permitamos operar mediante falsas realidades baseadas nos sucessos do seu pregador da internet preferido.

Eu estou espantado a respeito do atual movimento de plantação de igrejas e as oportunidades que isso dá para jovens pastores, já que eu sou um exemplo de alguém que não teve que esperar a sua vez ou dar provas do que era capaz. Olhando para trás, eu não creio eu estava pronto para aquele tipo de responsabilidade de liderança ou pressão, mas eu vi a graça de Deus em minha vida e igreja apesar da minha inexperiência, inadequações e deficiências. Eu espero que em nome do cuidado pelas almas e plantação saudável de igrejas, nós treinaremos os jovens e ambiciosos a fim de os preparar para o ministério ao invés de simplesmente para um estágio. Nós não precisamos de mais celebridades, nós precisamos de igrejas saudáveis.

Por: Dean Inserra. © 2015 Am i Called? Original: WHEN TRAINING MEN FOR MINISTRY, YOU MUST BE AWARE OF THESE DANGERS
Tradução: Paulo Santos Revisão: Yago Martins. © 2016 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: 3 perigos no treinamento de futuros pastores.
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Bio do autor: “Eu sou chamado?” é um ministério de Dave Harvey e amigos. Dean Inserra é um desses amigos. Dean Inserra é o pastor líder da City Church em Tallahassee, Flórida, e é membro do Comitê de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista do Sul. Dean é um Millennial que constantemente interaje com outros jovens Millennials que desejam ministério pastoral. Foi com base nessas interações que Dean escreveu este sábio artigo.

sábado, 25 de junho de 2016

FESTA JULINA - nota explicativa


FESTAS “JULINAS”

É comum em meio ao ano, principalmente no mês de junho, os cristãos se verem em volta com as polêmicas das festas juninas. Elas são festas que por séculos foram oferecidas em homenagens aos santos católicos, e, por isso mesmo, são festas religiosas de cunho inteiramente católicas. Entre elas estão os festejos religiosos ao nascimento de São João, a São Pedro e Paulo, também são chamadas de festas dos santos populares. Por serem festas religiosas de determinada religião, são, portanto, idólatras e por isso o cristão bíblico não deve ser incentivado a participar de nenhuma delas.

Como há enorme controvérsia entre várias correntes evangélicas sobre o assunto, desde a proibição total até uma realização de festas juninas como estratégias de evangelização, nossa Comunidade não aceita nenhuma das duas posições, porém, celebramos uma festa caipira, de cunho mais cultural, fora do mês de junho, com o objetivo de arrecadar fundos para a manutenção da própria Comunidade. Quanto a isso a Bíblia não nos desautoriza em nada a nossa empreitada.

Mantendo essa perspectiva em foco, sabendo que não aceitamos a idolatria em qualquer hipótese e mantendo o espírito de santidade em tudo o que fazemos, realizemos nossa festa sem temor e com fervor, na convicção de que estamos servindo a Deus com todas as capacidades que dispomos e sendo zelosos da doutrina e do seu Reino na terra. Esta é a nossa posição.

E tudo quanto fizerdes, seja por meio de palavras ou ações, fazei em o Nome do Senhor Jesus, oferecendo por intermédio dele graças a Deus Pai.
Colossenses 3.17

Em Cristo, com amor fraterno.

Bispo Carlos Carvalho

Igreja da Cidade CBB

segunda-feira, 23 de maio de 2016

A Igreja, uma noiva pura e bela


A IGREJA, UMA NOIVA PURA E BELA

O zelo que tenho por vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único marido, Cristo, querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura.
2 Coríntios 11.2

Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela
para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra,
e apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável
Efésios 5.25-27

Quem nunca foi a um casamento? Quem jamais admirou a beleza da cerimônia e da noiva vestida para o momento? Há pouquíssimas pessoas na Terra que não consideram uma mulher ou uma jovem vestida de noiva como algo de grande beleza.

A igreja é a noiva do Cordeiro, a noiva de Jesus. Como os textos acima descrevem, Ele é o esposo que a escolheu, que a está preparando para recebê-la no dia do casamento que acontecerá no tempo determinado por Deus (Apocalipse 19.7-9).

Uma noiva simboliza duas coisas especiais: a beleza e a pureza. Isto também traz dois significados para cada igreja local na face da terra: 1) Uma igreja local deve demonstrar sua pureza doutrinária, de fé e de santidade, porque está comprometida com seu noivo, e 2) Uma igreja local deve ser também bela, ou seja, atrativa, a fim de que todos que a vejam desejem participar de seus cultos e admirar e respeitar a sua existência.

Eis o nosso grande desafio para nossas igrejas locais de nossos dias: fazer com que elas reflitam a realidade da noiva do Cordeiro. Isto que dizer ser puras na doutrina, na fé e na santificação, mas também ter condições de atrair as pessoas de fora por sua beleza e singeleza do seu ambiente de culto e das suas relações.


Carlos Carvalho, 14 de maio de 2016

Bispo da Comunidade Batista Bíblica

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Passividade Cristã


PASSIVIDADE CRISTÃ

Tenham cuidado, pois os homens os entregarão aos tribunais e os açoitarão nas sinagogas deles.
Por minha causa vocês serão levados à presença de governadores e reis como testemunhas a eles e aos gentios.
Mas quando os prenderem, não se preocupem quanto ao que dizer, ou como dizer. Naquela hora lhes será dado o que dizer, pois não serão vocês que estarão falando, mas o Espírito do Pai de vocês falará por intermédio de vocês.
Mateus 10:17-20

Vivemos numa época em que os temas de ordem são a tolerância mais ampla, principalmente a religiosa, os direitos humanos mais plenos, principalmente na aceitação de comportamentos sexuais que antes eram tidos como imorais, e a igualdade social, onde a distribuição de renda é a principal ação para equilibrar o enorme abismo entre os que mais têm e os que menos têm, sem, contudo, criar mecanismos de avanços pessoais para os auxiliados. Todavia, todas essas agendas são reais, necessárias em muitos níveis e precisam ser implementadas dentro da lei, do bom senso e da ética.

Os cristãos evangélicos[1] em sua grande maioria são os que mais têm problemas conceituais nas situações apresentadas acima, isto porque há uma clara divisão entre nós acerca da maneira como devemos agir em relação a elas: ou nos calamos e vivemos nossas vidas tranquilamente achando que nada nos atingirá ao longo do tempo, ou nos levantamos e pelos mecanismos sociais e políticos que dispomos tentando mudar o rumo das coisas. No fundo, como diz o profeta Elias[2], estamos “coxeando entre dois pensamentos”
.
É preciso contextualizar urgentemente a época na qual vivemos para compreender a nossa maneira de agir. Quando os apóstolos e discípulos dos primeiros três séculos viviam, eles estavam debaixo de um império onde apenas o desejo de um monarca seria suficiente para que fossem mortos das maneiras mais brutais. Nos demais séculos até que viesse a Reforma, o Iluminismo e a Revolução Industrial, os cristãos estavam submissos ao Catolicismo e aos reis, príncipes e dominadores, sob os quais também não possuíam direitos assegurados em sua liberdade[3].

Também é preciso levar em consideração outras duas situações atuais. Não vivemos em países ou regiões controladas por religiosos fundamentalistas onde ser cristão ainda é considerado um crime punível com a morte, nem habitamos em países autoritários e não democráticos, onde os cristãos vivem sem direitos de culto e com a possibilidade de perderem seus bens ou de serem presos. Vivemos em países livres ou moderadamente democráticos com direitos assegurados por Carta Magna e por leis que garantem nossa segurança.

Aqui chegamos ao ponto nevrálgico do que queremos nos fazer compreender. Em países como os nossos, a batalha pelos direitos e pela paz social – no que diz respeito aos cristãos – não se dá somente no campo espiritual de guerra contra as forças espirituais da maldade[4] que atuam para destruir os seres humanos, mas também nos campos político e da legislação, na criação das leis que regem nossa sociedade[5]. É precisamente nestes dois últimos lugares que os evangélicos têm ficado confusos, ou seja, os crentes ainda não sabem o papel da igreja e do Cristianismo nestas áreas. Porém, isto só é visto entre os cristãos mais recentes, pois os do século XX para trás sabiam o que fazer.

Há um claro movimento político e legislativo com os discursos legítimos de tolerância, dos direitos humanos e da igualdade social, mas que tem uma agenda concreta de fazer calar o Cristianismo, em alguns casos de acabar de vez com a força de nossa crença. Há movimentos acadêmicos, até em faculdades e universidades de confissão de fé cristãs onde a fé nas declarações sobrenaturais da Escritura, as narrativas bíblicas e a própria Escritura são relativizadas, mitologizadas e desacreditadas. Além de um bom número de movimentos chamados sociais que têm um claro viés totalitário, comunista e socialista, nos quais o Cristianismo não goza de aceitação.

Portanto, Cristianismo, cristãos evangélicos e protestantes não podem aceitar passivamente o calar de suas vozes em nome de agendas politicamente corretas ou legítimas, mas que inequivocamente possuem intenções não ocultas de destruir a nossa fé, e para ser menos grave, de no melhor das opções, nos transformar em passivos observadores, meramente igualados num grande “ecumenismo religioso” e social no qual aceitamos que a verdade que acreditamos e pregamos é apenas um pedaço do grande mosaico da “verdade maior”, ou seja, da grande mentira religiosa gerada pela antiga serpente lá no Édem[6].

Deus nos deu as armas para o combate excelente em todos os níveis que este se nos apresente, quer no campo espiritual, quer no campo da verdade, seja no campo político e da legislação ou no campo religioso. Não podemos ser passivos e tampouco nos calar na proclamação da mensagem da fé e da verdade, mesmo que desagrade a quem quer que seja, políticos, movimentos sociais ou religiosos. Nosso papel é maior do que alguns querem nos fazer acreditar, mesmo sabendo que o mundo continuará deteriorando-se moralmente até o retorno de Cristo[7].

“...o cristianismo é uma religião de luta.”
C. S. Lewis
Cristianismo Puro e Simples


Carlos Kleber Carvalho
Teólogo, Cientista Social, e Bispo da Igreja da Cidade - CBB.
Guarulhos, SP.

Notas:

[1] Me refiro a esse termo para inserir todos os crentes protestantes e não católicos, mas não tenho por ele apreço pela forma como é banalizado em nossos dias.

[2]1 Reis 18:21.

[3] Não estou fazendo juízos de valor sobre estes temas. Houve os pontos positivos e negativos deles, mas não há espaço para essa discussão aqui.

[4] Aos efésios 6:12.

[5]1 Timóteo 2:1-2.

[6]No livro do Gênesis, capítulo 3, a serpente consegue enganar a primeira mulher relativizando e alterando o sentido das palavras ditas por Deus e lhe sugerindo o conhecimento de uma “verdade” que, segundo ela, Deus estava ocultando do ser humano. O resultado foi a morte espiritual e física dos descendentes de Adão.  

[7] Mateus 24:12